Final da Libertadores em Lima volta a preocupar dirigentes da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) após o governo peruano decretar estado de emergência na capital por 30 dias, em meio a protestos contra a escalada da violência.
A medida, assinada pelo presidente José Jerí na quarta-feira (22), impõe restrições a reuniões públicas e mobilizações, afetando diretamente a logística da decisão marcada para 29 de novembro no Estádio Monumental, casa do Universitario.
Final da Libertadores em Lima segue ameaçada por crise
Apesar do novo cenário, a Conmebol manteve oficialmente Lima como sede da partida única que definirá o campeão de 2023. Em nota divulgada na semana passada, a entidade afirmou que monitora a situação “semana a semana” e não descarta mudanças caso a segurança de torcedores, atletas e comissões técnicas seja comprometida.
A possibilidade de alteração não seria inédita. Em 2019, o duelo entre Flamengo e River Plate, previsto para Santiago, foi transferido justamente para Lima devido a protestos no Chile. Um ano antes, em 2018, a confusão entre torcedores do River Plate obrigou a levar o segundo jogo da final contra o Boca Juniors para o Estádio Santiago Bernabéu, em Madri.
Quatro clubes ainda sonham com a taça. Flamengo recebe o Racing-ARG nesta quarta-feira, às 21h30, no Maracanã, enquanto LDU-EQU e Palmeiras duelam na quinta (23), no mesmo horário, em Quito. Os confrontos de volta ocorrem na próxima semana, definindo os finalistas.
Especialistas em segurança esportiva avaliam que o estado de emergência pode ser revogado antes da final, mas destacam que a Conmebol dificilmente arriscará repetir erros do passado. Segundo informou a agência Reuters, a federação continental já iniciou conversas com autoridades de países vizinhos para estudar alternativas de última hora.
Historicamente, eventos internacionais impactam a economia local e a imagem do país anfitrião. No caso peruano, hotéis, companhias aéreas e o comércio em geral aguardam definição para ajustar pacotes e operações, enquanto torcedores planejam deslocamentos às pressas.
No âmbito esportivo, a incerteza interfere no planejamento das equipes, que precisam organizar logística de viagem, treinos e venda de ingressos em curto prazo. A experiência de 2019, quando o anúncio da troca de sede ocorreu a menos de três semanas da decisão, acendeu o alerta entre os clubes semifinalistas nesta temporada.
Em caso de nova mudança, cidades como Assunção, Montevidéu e Brasília despontam como opções imediatas, pois cumprem os requisitos de infraestrutura exigidos pela Conmebol e já receberam grandes jogos recentemente.
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Foto: Olavo Guerra/Corinthians
