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Exército transfere Batalhão de Operações Psicológicas e torna ética obrigatória na tropa de elite

O Comando do Exército modificou a estrutura das Forças Especiais ao transferir o Batalhão de Operações Psicológicas para o Comando Militar do Planalto e incluir disciplinas de ética profissional e liderança militar nos cursos de formação da unidade conhecida como “kids pretos”. As medidas constam de portaria assinada pelo comandante da Força, general Tomás Paiva, em vigor desde julho.

Reorganização estrutural

A decisão desloca o Batalhão de Operações Psicológicas do Comando de Operações Especiais para o organograma do Planalto, reduzindo a autonomia do grupo de elite, que atuava de forma isolada. Generais do alto comando alegam que o objetivo é integrar as operações psicológicas a toda a Força e evitar compartimentos estanques.

A iniciativa ocorre após investigações da Polícia Federal apontarem a participação de militares das Operações Especiais em articulações golpistas de 2022 e nos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A cúpula nega relação direta entre a mudança e o inquérito, mas documentos internos indicam preocupação com a conduta do efetivo.

Reforço na formação

Relatórios de um grupo de 21 oficiais, que se reuniu oito vezes entre janeiro e março, recomendaram inserir as disciplinas Ética Profissional e Liderança Militar nos Cursos de Ações de Comandos (CAC) e de Forças Especiais (CFEsp). A orientação foi acatada e incluída na atualização da documentação de ensino.

Também foi aprovada a aplicação de avaliação psicológica aos concludentes dos cursos e a exigência de tempo mínimo de serviço para candidaturas, encurtando o acesso de oficiais mais jovens ao batalhão. O objetivo é reduzir efetivo e elevar o nível de experiência da tropa.

Impacto nas promoções

Oficiais das Forças Especiais relatam insatisfação com o processo de reformulação. Na lista de promoções prevista para o fim de julho, apenas um integrante do grupo será elevado entre 11 vagas para os postos de general de Divisão e de Exército. Atualmente, nenhum “kid preto” integra o colegiado de 17 generais de quatro estrelas que comanda a instituição.

Os militares formados em Operações Especiais usam boina preta e executam missões de alto risco, com treinamento físico e psicológico considerado o mais exigente do Exército. O lema do grupo é “qualquer missão, em qualquer lugar, a qualquer hora”.

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