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Ex-chefe da Blackwater Erik Prince desembarca no Peru para treinar forças de segurança

O empresário norte-americano Erik Prince, fundador da antiga Blackwater e figura central no setor de segurança privada, está no Peru desde segunda-feira (21/7) a convite do economista e ex-candidato presidencial Hernando de Soto. A visita ocorre em meio ao estado de emergência decretado pelo governo peruano para conter o aumento da criminalidade em Lima.

Agenda em Lima

Durante entrevistas concedidas a emissoras locais, Prince afirmou que pretende oferecer programas de treino para unidades policiais e militares peruanas. Segundo o empresário, o objetivo é “apoiar a estabilidade” e proteger a população contra organizações criminosas. Até o momento não há confirmação de encontros formais com representantes do governo; o norte-americano foi visto apenas ao lado de De Soto, que avalia disputar a Presidência novamente em 2025.

Trajetória e controvérsias

Ex-oficial da Marinha dos Estados Unidos, Erik Prince fundou a Blackwater na década de 1990 e assinou contratos milionários com Washington para operações em zonas de conflito. A empresa ganhou notoriedade negativa em 2007, quando seus agentes mataram 17 civis no Iraque. Prince vendeu o negócio em 2010; a companhia foi rebatizada como Academi, mas ele manteve participação no setor.

Em 2014, criou a Frontier Services Group, sediada em Hong Kong, com financiamento parcial de um fundo estatal chinês para apoio logístico na África. Mesmo após deixar o cargo de CEO, mantém participação acionária. Prince também atuou como conselheiro informal de Donald Trump na transição presidencial de 2016.

Expansão pela América Latina

Antes do Peru, Prince passou pelo Equador, onde o governo anunciou parceria para enfrentar a violência interna. Em 2023, reuniu-se com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e mantém discurso crítico ao governo venezuelano, promovendo a campanha “Ya Casi Venezuela”, que arrecada doações para ações futuras no país.

A presença de Prince na região reforça o movimento de empresas militares privadas em busca de contratos com governos latino-americanos que enfrentam índices elevados de criminalidade e limitações orçamentárias para modernizar suas forças de segurança.

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