Economia do quadrilhão torna-se expressão cada vez mais recorrente entre analistas que acompanham a rápida expansão dos agentes de inteligência artificial. A aposta é que a multiplicação de “trabalhadores” digitais, capazes de operar simultaneamente e sem limites geográficos, empurre o Produto Interno Bruto mundial rumo a patamares nunca vistos.
Em apresentação feita em 2023, o executivo Harold Schultz afirmou que a replicação de pessoas por meio de avatares e bots 24 horas por dia eleva instantaneamente o número de participantes na economia, criando um efeito exponencial de geração de valor.
Economia do quadrilhão ganha força com agentes de IA
O histórico recente sustenta a projeção. Os Estados Unidos levaram seis décadas para saltar de US$ 1 trilhão (1969) para US$ 21 trilhões de PIB. No mercado corporativo, companhias como Apple, Amazon e Microsoft romperam a barreira de US$ 1 trilhão graças ao modelo de nuvem; com a IA, os valuations passaram a US$ 2, US$ 3 e até US$ 4,5 trilhões em apenas três anos.
O fenômeno se explica pela chamada trilogia dos agentes: o Agent Builder, que permite criar bots sem programação; os Apps nativos do ChatGPT, que trazem serviços do mundo real para as conversas; e a Agent Commerce Platform, camada que integra recomendação e pagamento no mesmo fluxo. Juntas, essas frentes reduzem atritos e aceleram transações.
No Brasil, empresas de tecnologia já relatam centenas de agentes em produção, em alguns casos aproximando-se de 800 instâncias. Demonstrações públicas mostram a criação de cinco agentes em poucos minutos, indício de como esse ecossistema pode escalar para bilhões de unidades cooperando entre si.
Embora pareça hiperbólica, a meta de um quadrilhão de dólares em atividade econômica deixa de soar distante quando cada pessoa pode ser representada por múltiplos agentes. O Fórum Econômico Mundial alerta que, sem preparação, negócios tradicionais correm o risco de perder relevância à medida que decisões e compras passam a ocorrer em tempo real, mediadas por softwares autônomos.

Para Schultz, pensar exponencialmente tornou-se “nova alfabetização econômica”. A dúvida já não é se o cenário vai se concretizar, mas quanto das operações atuais estará adaptado quando bilhões de agentes começarem a negociar simultaneamente.
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