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Direita busca autonomia após prisão domiciliar de Bolsonaro, aponta especialista

Pré-candidatos da direita para a eleição presidencial de 2026 enfrentam o desafio de equilibrar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a necessidade de se afastar dele, segundo avaliação do cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria. A análise foi feita após o Supremo Tribunal Federal decretar prisão domiciliar de Bolsonaro na segunda-feira (4).

Governadores se mantêm distantes de atos pró-Bolsonaro

Cortez destaca que nenhum governador participou das manifestações de 3 de agosto em apoio ao ex-presidente, sinalizando tentativa de reduzir a associação com o bolsonarismo diante da alta rejeição ao ex-mandatário. Para o analista, o episódio evidencia busca por autonomia entre lideranças estaduais e potenciais candidatos nacionais.

Influência ainda relevante para 2026

Apesar do isolamento, o ex-presidente permanece fator decisivo no tabuleiro eleitoral. Cortez avalia que um nome endossado por Bolsonaro, inclusive alguém da família, pode manter competitividade graças ao eleitorado antipetista e ao nível de rejeição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilema maior para Tarcísio de Freitas

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é apontado como o político com maior dificuldade para se desvincular do bolsonarismo, pois sua projeção nacional surgiu com apoio direto de Bolsonaro. Outros governadores, como Eduardo Leite (PSDB) e Ronaldo Caiado (União Brasil), teriam trajetória mais autônoma, embora também dependam do eleitor de direita.

Cenário jurídico aumenta incerteza

Para Cortez, as novas medidas cautelares e o avanço de processos no Supremo indicam probabilidade de condenação de Bolsonaro, o que pode reduzir gradualmente sua influência política, mesmo que sua popularidade permaneça estável. A ausência de uma candidatura presidencial própria do ex-presidente aceleraria essa perda de espaço, mas o apoio a um representante da família poderia prolongar a relevância do bolsonarismo.

O cientista político conclui que a direita terá de decidir entre unir forças em torno de um único nome ou seguir dividida, enquanto calibra a distância ideal em relação a Bolsonaro para 2026.

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