RIO DE JANEIRO — Horas antes de se entregar à polícia, o rapper Oruam solicitou a MC Poze do Rodo ajuda para lançar novos trabalhos durante o período em que ficará preso. A conversa ocorreu por WhatsApp na tarde de terça-feira (22/7).
Pedido feito minutos antes da apresentação à polícia
Mauro Davi, nome de batismo de Oruam e filho de Marcinho VP, apresentou-se na Cidade da Polícia, na zona norte do Rio, na noite de terça. Contra ele há mandados por sete crimes, entre eles tráfico de drogas, associação ao tráfico, lesão corporal e desacato.
No diálogo obtido pela reportagem, o artista escreveu: “Chefe, só me ajudar a lançar música preso. Eu te amo! Fica suave”. MC Poze, que costuma tratar Oruam como um filho, respondeu: “Seu pedido é uma ordem. Vamos fazer bombar”.
“Manifesto” chega às plataformas poucas horas depois
A faixa Manifesto, composta por Oruam, MC Poze e Real Fubá, foi publicada ainda na madrugada de quarta-feira pela gravadora Mainstreet Records. O videoclipe traz imagens de protesto, incluindo um automóvel em chamas e o rapper com peças de roupa simples, como meias do Flamengo.
Com letras que abordam violência, luto e denúncia social, a música acumulou mais de 79 mil visualizações nas primeiras horas no YouTube. Oruam aparece criticando a desigualdade e afirmando que “a caneta mata mais do que o fuzil”.
Produção musical deve continuar atrás das grades
Mesmo detido, o rapper planeja seguir produzindo com o suporte de MC Poze e da Mainstreet. O perfil principal de Oruam no Instagram está suspenso; ele utiliza uma conta reserva para comunicar-se com o público.
O caso repercute no cenário do rap nacional e nas redes sociais, onde a combinação entre arte, protesto e processo criminal segue em debate.
