Datafolha revela que embate com Trump não altera avaliação de Lula

Levantamento do Instituto Datafolha indica que a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva permaneceu estável após as recentes tensões comerciais com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O governo é considerado “ruim ou péssimo” por 40% dos entrevistados, enquanto 29% o classificam como “ótimo ou bom”. Os números repetem a rodada realizada no início de junho, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.
Indicadores de aprovação e reprovação
A pesquisa, realizada em 29 e 30 de julho, ouviu 2.004 eleitores em 130 municípios. Além da avaliação do governo, o instituto mediu a opinião sobre o desempenho pessoal de Lula: 50% reprovam o trabalho do presidente, ao passo que 46% aprovam. Apenas 1% não soube responder.
No recorte por escolaridade e região, os maiores índices de aprovação concentram-se entre eleitores com menor nível de instrução (42% de “ótimo ou bom”) e habitantes do Nordeste (38%). A desaprovação é mais elevada entre evangélicos (55%), sulistas (51%), eleitores com ensino superior (49%), pessoas de 35 a 44 anos (48%), classe média baixa (62%) e famílias de renda mais alta (57%).
Confronto comercial e nacionalismo
No período pesquisado, Trump anunciou sobretaxas de até 50% sobre produtos brasileiros, alegando represália a suposta perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula reagiu com discurso nacionalista e forte presença nas redes sociais, mas o episódio não provocou variações significativas nos índices de popularidade.

Evolução histórica
Em fevereiro, o governo registrou queda acentuada, quando a aprovação caiu de 35% para 24%. Desde então, os indicadores vêm oscilando dentro da margem de erro. No mesmo ponto do mandato em 2021, Bolsonaro enfrentava reprovação superior, entre 51% e 53%.
Questões econômicas, como a crise dos descontos no INSS e a manutenção dos juros básicos em 15%, também não alteraram a percepção do eleitorado neste levantamento. Analistas políticos observam que o quadro de estabilidade pode se prolongar enquanto não surgirem novos fatores de impacto nacional.