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Dados revelam 1,2 milhão de crianças sem pai no registro e estudos sugerem soluções

Entre janeiro de 2016 e julho de 2024 foram registrados no Brasil mais de 1,2 milhão de nascimentos sem o nome do pai na certidão, segundo dados oficiais. O número representa 5,2% dos 23,1 milhões de registros realizados no período e expõe a fragilidade do vínculo paterno logo no início da vida.

Cenário atual e lacunas nas políticas públicas

A participação paterna permanece limitada mesmo quando consta no documento civil. A licença-paternidade padrão, de apenas cinco dias, cobre basicamente os trâmites legais do pós-parto. Além disso, programas voltados à primeira infância raramente incluem o pai como público-alvo, o que reforça a distância entre homens e cuidado diário.

Evidências internacionais de engajamento paterno

Diferentes intervenções em outros países indicam caminhos possíveis:

Ruanda — visitas domiciliares semanais a cerca de mil famílias estimularam práticas de cuidado sensível e envolveram ativamente os pais. O resultado foi maior participação masculina, redução de punições físicas e avanços no desenvolvimento cognitivo das crianças.

Estados Unidos (serviços de visitação) — a simples inclusão do pai nas rotinas de um programa já existente aumentou a adesão, fortaleceu a coparentalidade e reduziu o risco estimado de abuso físico no primeiro ano de vida.

Estados Unidos (ambiente corporativo) — ajustes no local de trabalho, como treinamento de gestores e flexibilização de horários, levaram pais a passar, em média, 39 minutos a mais por dia com os filhos, sem impacto na produtividade.

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Possíveis medidas para o Brasil

As evidências sugerem que o cuidado paterno depende de condições institucionais favoráveis. Especialistas apontam três frentes prioritárias para o país:

• Ampliação gradual da licença-paternidade;
• Capacitação de profissionais de saúde e educação para incluir os pais nas interações familiares;
• Oferta de formatos acessíveis de apoio à parentalidade, como cursos online ou envio de mensagens educativas por telefone.

Com base nos resultados observados fora do país, essas ações podem estimular a presença diária do pai, beneficiando mãe, filho e o próprio cuidador masculino.

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