Conversa entre Lula e Trump de 30 minutos, realizada por telefone nesta segunda-feira (6), gerou otimismo no Palácio do Planalto. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o diálogo foi “melhor até do que esperávamos” e pode destravar impasses tarifários com os Estados Unidos.
Alckmin ressaltou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou “disposição para o diálogo e para a negociação”, sentimento também compartilhado por Donald Trump, que ocupou a Casa Branca entre 2017 e 2021. Segundo o vice-presidente, os dois chefes de Estado trocaram contatos pessoais e Trump indicou o secretário de Estado, Marco Rubio, como interlocutor direto.
Conversa entre Lula e Trump anima governo, diz Alckmin
O principal tema abordado foi o chamado “tarifaço” aplicado por Washington sobre produtos brasileiros. Alckmin afirmou que, embora ainda não haja nova reunião agendada, o governo acredita em “próximos passos” rumo a um modelo de “ganha-ganha”, que inclua investimentos mútuos e revisão das sanções a autoridades nacionais.
“Estamos muito otimistas que vamos avançar para o ganha-ganha”, declarou o vice-presidente, lembrando que Lula considerou as punições “injustas” e solicitou a reavaliação do tema. Para especialistas, uma reaproximação pode estimular o comércio bilateral, que supera US$ 100 bilhões anuais, segundo dados do Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
Apesar da expectativa positiva, Alckmin insistiu que é preciso aguardar. “Ainda não há data para novo encontro, mas o clima é construtivo”, disse. Ele também informou que qualquer avanço dependerá de negociações técnicas entre equipes dos dois países, especialmente no que se refere a alíquotas sobre aço, alumínio e produtos agrícolas.
Nos bastidores, integrantes do governo veem a iniciativa como parte da estratégia de Lula para diversificar parcerias internacionais e reduzir tensões comerciais. A indicação de Rubio como ponte direta é interpretada como sinal de boa-vontade de Trump, que mantém forte influência sobre o Partido Republicano.
No curto prazo, Brasília pretende elaborar propostas concretas para apresentar a Washington, alinhadas à política de reindustrialização anunciada por Alckmin. “O diálogo ajuda a construir previsibilidade”, concluiu o vice-presidente, reforçando que o país buscará acordos que preservem empregos e competitividade.
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Crédito da imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil