Conrad Rockenhaus desafia FBI e encara novo julgamento após uma década de disputas judiciais nos Estados Unidos. O ex-operador do Tor, veterano de combate e defensor da privacidade de jornalistas e ativistas, volta ao banco dos réus em 30 de setembro, acusado de crimes cibernéticos e de violar a Computer Fraud and Abuse Act (CFAA).
A origem do litígio remonta a 2014, quando Rockenhaus foi demitido de uma empresa de turismo no Texas e, segundo a acusação, criou um backdoor para derrubar servidores, causando mais de US$ 560 mil em prejuízos e custos de recuperação. Ele foi condenado em 2019 a 40 meses de prisão, três anos de liberdade supervisionada e multa superior a US$ 560 mil.
Conrad Rockenhaus desafia FBI e encara novo julgamento
Os promotores alegam que, durante a liberdade condicional, Rockenhaus tentou burlar o software de monitoramento judicial. Registros mostram pesquisas sobre a North American Man/Boy Love Association e o download do protocolo SPICE, o que a defesa sustenta ter sido autorizado para seu projeto de Ph.D. O FBI também aponta tentativas de instalar o The Onion Router (Tor), descrito pela acusação como “atalho para a dark web”.
Em paralelo, agentes federais teriam solicitado que Rockenhaus descriptografasse nós de saída do Tor para investigações de terceiros. A recusa, segundo depoimento de sua esposa, Adrienne Rockenhaus, motivou uma prisão sem mandado e o uso de força excessiva, incluindo técnicas militares captadas por câmeras de segurança doméstica.
Rockenhaus foi solto em 2022, mas permanece sob vigilância eletrônica até outubro de 2025. O veterano, considerado inválido pelo governo e com histórico de epilepsia, afirma ter sido privado de medicamentos enquanto esteve preso. As alegações de abusos incluem ameaças contra sua família e omissões em exames toxicológicos.
Organizações de defesa digital, como a Electronic Frontier Foundation, alertam que casos envolvendo operadores de rede Tor podem abrir precedentes perigosos para a proteção de fontes jornalísticas e ativistas.

A nova audiência agendada para 30 de setembro deverá avaliar se Rockenhaus violou as condições da condicional ou se houve abusos processuais por parte das autoridades. O desfecho pode impactar debates sobre privacidade, cibersegurança e limites da atuação do FBI.
Para acompanhar todos os desdobramentos desse julgamento e outras atualizações sobre segurança digital, visite nossa editoria de Notícias e continue informado.
Crédito da imagem: Reprodução