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Conmebol cria Liga das Nações Feminina com vagas diretas para a Copa do Mundo de 2027

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) apresentou a Liga das Nações Feminina, torneio que passa a integrar o calendário oficial das seleções da América do Sul e servirá como rota qualificatória para a Copa do Mundo Feminina de 2027. A competição reunirá apenas equipes que ainda não tenham vaga assegurada no Mundial, condição que exclui o Brasil, anfitrião da próxima edição do torneio global.

Segundo a entidade, a nova liga tem como finalidade ampliar o número de partidas oficiais entre as seleções do continente e oferecer um mecanismo transparente de classificação. A criação do campeonato atende a uma demanda recorrente de federações por mais jogos competitivos, fator considerado essencial para o desenvolvimento técnico dos elencos nacionais e para a formação contínua de atletas.

O formato adotado prevê a distribuição das seleções participantes em grupos, ainda sem quantidade definida de integrantes. Cada grupo realizará confrontos em sistema de ida e volta, acumulando pontos que determinarão a colocação final. A Conmebol comunicou que detalhes sobre critérios de desempate, calendário completo e locais das partidas serão divulgados em regulamento próprio, a ser publicado nas próximas semanas.

A classificação para o Mundial de 2027 seguirá dois caminhos na Liga das Nações Feminina. As seleções que encerrarem o torneio nas duas primeiras posições garantirão vaga direta na Copa do Mundo. Já as equipes que terminarem em terceiro e quarto lugares participarão de um playoff internacional organizado pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). O formato, as sedes e as datas desse playoff ainda dependem de definição da Fifa, mas a Conmebol informou que o procedimento será alinhado ao calendário global.

Ao anunciar a liga, a confederação destacou que o processo de qualificação contempla mérito esportivo e busca ampliar de forma equilibrada a presença sul-americana no cenário mundial. A entidade ressaltou que o aumento do número de seleções continentais na Copa dependerá do desempenho nas fases classificatórias agora instituídas.

Para as federações nacionais, a inclusão de um torneio adicional representa incremento significativo no calendário de jogos oficiais. Atletas terão mais oportunidades de disputar partidas com peso competitivo, circunstância que contribui para ritmo de jogo, avaliação de desempenho e identificação de ajustes táticos. Técnicos poderão testar formações distintas em ambiente de competição oficial, enquanto comissões de base ganharão parâmetros mais consistentes para planejar transições entre categorias.

Outro impacto esperado está na profissionalização da modalidade. A realização de duelos frequentes entre seleções estimula investimentos estruturais, como centros de treinamento, departamentos de análise de desempenho e programas de formação para treinadoras e árbitras. Além disso, um calendário consistente tende a atrair patrocinadores e a ampliar a cobertura midiática, fatores que elevam a visibilidade do futebol feminino e criam novas fontes de receita para as federações.

Especialistas consultados pela Conmebol apontam que a disputa regular de partidas equilibradas pode reduzir diferenças técnicas históricas entre as seleções sul-americanas. Com mais encontros em nível continental, equipes em estágio inicial de desenvolvimento terão contato constante com adversários de maior rodagem, o que costuma acelerar processos de aprendizagem e elevar o padrão coletivo.

A confederação projeta também benefícios na detecção de talentos. Jogos oficiais e com transmissão ampliam a vitrine para jogadoras emergentes, permitindo que clubes, olheiros e federações observem desempenhos em cenários de pressão competitiva. Essa exposição favorece contratações internacionais e fortalece caminhos de carreira para atletas da região.

Embora o Brasil não participe da Liga das Nações Feminina por já figurar automaticamente no Mundial de 2027, a presença do torneio deve impactar indiretamente o planejamento da seleção anfitriã. Adversárias continentais chegarão à Copa com maior volume de partidas qualificatórias, o que tende a elevar o nível geral do campeonato.

Com a oficialização da liga, a Conmebol passa a trabalhar na definição dos aspectos logísticos e operacionais da primeira edição. O órgão discute com federações nacionais questões como períodos de liberação de atletas por clubes, infraestrutura de estádios e critérios de arbitragem. A expectativa é que o regulamento definitivo seja homologado ainda este ano, permitindo que a fase de grupos tenha início dentro do ciclo preparatório para 2027.

Ao apresentar a iniciativa, a Conmebol reforçou que a Liga das Nações Feminina marca um passo relevante para consolidar o crescimento do futebol de mulheres na América do Sul. Com vagas diretas para a Copa do Mundo e possibilidade de participação em playoff internacional, o torneio estabelece, pela primeira vez, uma trajetória contínua de qualificação baseada em desempenho esportivo, alinhando a região às práticas de outras confederações.

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