O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em 22 de julho de 2025 um acordo comercial “gigantesco” com o Japão. A negociação prevê investimento de US$ 550 bilhões em território norte-americano e a aplicação de tarifas recíprocas de 15%.
Investimentos e novas aberturas de mercado
Segundo publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que os Estados Unidos ficarão com “90% dos lucros” gerados pelo investimento nipônico. O governo japonês, por sua vez, compromete-se a ampliar o acesso de produtos norte-americanos, incluindo automóveis, caminhões, arroz e outros itens agrícolas. A Casa Branca projeta a criação de “centenas de milhares” de postos de trabalho a partir do acordo.
Reuniões em Washington
O anúncio ocorreu após reunião na Casa Branca entre Trump e o principal negociador tarifário do Japão, Ryosei Akazawa. O representante japonês também se encontrou com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
Pressão tarifária antecedente
No início de julho, Trump enviou carta a Tóquio ameaçando elevar para 25% o imposto sobre todas as exportações japonesas a partir de 1º de agosto. Automóveis produzidos no Japão já enfrentam tarifa de 25% ao entrar no mercado norte-americano, taxa que impacta setor responsável por 28,3% das exportações japonesas em 2024, segundo dados da CNBC.
Cenário político no Japão
O acordo é anunciado poucos dias depois de a coligação liderada pelo primeiro-ministro Shigeru Ishiba perder a maioria na Câmara dos Conselheiros, em 20 de julho. O resultado eleitoral levantou dúvidas sobre a força de negociação japonesa, sobretudo após o partido Sanseito conquistar 14 cadeiras e tornar-se a terceira maior bancada de oposição. Ishiba declarou que permanecerá no cargo, mas, segundo o jornal Yoimuri, avaliará sua posição conforme o desenrolar das conversações comerciais.
