Collor cumpre três meses de prisão domiciliar e mantém rotina discreta em Maceió

Fernando Collor de Mello, 75 anos, completa três meses em regime domiciliar nesta sexta-feira (1º). O ex-presidente deixou o Presídio Baldomero Cavalcanti, em Maceió, na noite de 1º de maio, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Prisão domiciliar em Maceió
Desde então, Collor vive numa cobertura de 600 m² à beira-mar no bairro Jatiúca, na capital alagoana. O imóvel, situado no sexto andar, possui varanda, piscina, três suítes — uma delas master com closet —, gabinete e bar. Vizinhos relatam pouca movimentação e descrevem o morador como discreto; persianas permanecem fechadas e apenas luzes internas indicam presença no período noturno.
O ex-presidente divide o espaço com a esposa, Caroline, e as duas filhas mais novas. A lista de visitas é restrita, limitada a familiares e a um fisioterapeuta autorizado judicialmente. Collor usa tornozeleira eletrônica para monitoramento em tempo real.
Condições impostas pelo STF
O despacho do STF autoriza a permanência em casa com direito a telefone e internet, mas impede saídas não programadas. Deslocamentos a consultas médicas devem ser informados previamente; em emergências, o prazo para notificação é de 48 horas. O passaporte foi suspenso, e a emissão de novo documento está proibida.
A defesa afirma que todas as exigências “vêm sendo integralmente cumpridas”. Desde a transferência para o regime domiciliar, as redes sociais do ex-presidente estão inativas — a última publicação data de 21 de abril.

Processo e saúde
Collor foi condenado a oito anos e dez meses de prisão e detido pela Polícia Federal em 25 de abril, no Aeroporto Zumbi dos Palmares. No presídio, ocupou uma sala adaptada, maior que as celas comuns, mas com pouca ventilação. Seis dias depois, laudos do Hospital Sírio-Libanês apontando doença de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar embasaram o pedido de progressão para o regime domiciliar humanitário.
Repercussão política
Até o momento, poucas figuras públicas manifestaram apoio. Uma das raras vozes foi a do vereador maceioense Kelmann Vieira (MDB), que criticou o distanciamento de aliados. Em 19 de junho, Collor perdeu a irmã Leda Maria, de 83 anos, fato noticiado pelo portal da família.