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Cingapura lidera ranking das cidades mais caras para ricos pelo terceiro ano; São Paulo cai para 16º lugar

Cingapura manteve a primeira posição entre as cidades mais onerosas para indivíduos de alto patrimônio líquido pelo terceiro ano consecutivo, de acordo com o Julius Baer Global Wealth & Lifestyle Report 2025. O levantamento, que avalia o custo de “viver bem” em 25 centros urbanos, aponta Londres na segunda colocação e Hong Kong em terceiro, repetindo o pódio de 2024.

O estudo considera uma cesta de 20 bens e serviços associados a um padrão de vida de luxo, entre eles mensalidades de escolas particulares, imóveis de alto padrão, relógios, refeições em restaurantes estrelados, passagens aéreas em classe executiva e estadias em hotéis cinco estrelas. Os dados foram coletados entre novembro de 2024 e março de 2025 e convertidos para dólares americanos antes da aplicação de novas tarifas comerciais anunciadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o que fornece um retrato anterior a possíveis efeitos de uma guerra comercial global.

Top 10 global

O ranking de 2025 é encabeçado por Cingapura, seguida por Londres e Hong Kong. Na sequência aparecem Mônaco (4º), Zurique (5º), Xangai (6º), Dubai (7º), Nova York (8º), Paris (9º) e Milão (10º). A permanência de Cingapura no topo reflete a combinação de custos elevados de moradia, educação internacional e serviços de luxo, enquanto a ascensão de Londres ao segundo lugar indica valorização da libra frente ao dólar e aumento de gastos com bens premium na capital britânica.

Avanço asiático e do Oriente Médio

Além da estabilidade no pódio, o relatório mostra ganho de posições de várias cidades asiáticas e do Oriente Médio. Dubai subiu cinco colocações e passou a ocupar o 7º posto, impulsionada por maiores desembolsos em moda, relógios e mercado imobiliário de luxo. Bangkok avançou seis posições e alcançou o 11º lugar, enquanto Tóquio também subiu seis e aparece agora em 17º.

No recorte Ásia-Pacífico, 65% dos indivíduos de alta renda declararam ter ampliado gastos com hotéis e relógios, e 63% com moda feminina. No Oriente Médio, 52% relatam incremento em despesas com hospedagem de luxo e 50% com joias finas. Esses percentuais ajudam a explicar a escalada das cidades da região no ranking, à medida que o crescimento da renda local eleva a procura por produtos e experiências premium.

Recuo latino-americano

Em sentido oposto, cidades da América Latina perderam espaço na classificação. São Paulo, que havia ocupado a 9ª colocação nos dois anos anteriores, caiu para 16º. A posição pertencia à Cidade do México em 2024; a capital mexicana recuou cinco postos e agora figura em 21º. O movimento reflete a valorização do dólar frente às moedas locais e a inflação doméstica mais baixa em itens de luxo, o que reduz o custo relativo quando comparado a outras metrópoles.

Custo do turismo nas Américas

Apesar da queda latino-americana, o relatório registra expansão significativa no turismo na região como um todo. Passagens em classe executiva tiveram alta média de 39,3% nas Américas, enquanto o valor de suítes de hotel subiu 17,5%. Quando itens de viagem e hospitalidade são avaliados em conjunto, o custo médio nesses mercados fica 41% acima da média global. Cursos de MBA também apresentaram variação expressiva na região, com avanço de 8,6%.

Tendências globais de consumo

Em escala mundial, viagens e hospitalidade continuam na liderança das prioridades de gastos de indivíduos de alta renda, sustentando a demanda por jantares sofisticados e acomodações de alto padrão. Ainda assim, o custo médio global da cesta analisada recuou 2% em dólares entre 2024 e 2025, devido a ajustes de preços em algumas categorias e à variação cambial favorável para a moeda norte-americana.

Metodologia do estudo

Para ranquear as cidades, o Julius Baer considera valores médios ponderados dos 20 itens que compõem a cesta de luxo, atribuindo pontuação a cada localidade. As informações, levantadas a partir de novembro de 2024, abrangem mercados imobiliário, educacional, de bens duráveis, gastronomia e transportes. A conversão para dólares foi realizada antes da implementação das novas tarifas norte-americanas, o que pode alterar a dinâmica de preços em futuras edições do relatório.

Perspectivas

O documento indica que a ascensão de centros urbanos na Ásia e no Oriente Médio deve continuar, apoiada no crescimento de consumidores de alta renda e na expansão de infraestrutura de luxo. Já regiões que apresentam desvalorização cambial ou menor pressão inflacionária, como a América Latina, tendem a ver seus principais polos perder terreno na comparação internacional.

Mesmo com essas variações regionais, o estudo aponta que a disposição para consumir produtos e experiências premium permanece elevada, sinalizando que o mercado global de luxo segue resiliente frente a oscilações macroeconômicas e possíveis tensões comerciais.

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