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Centrão resiste a anistia bolsonarista e endossa reação de Lula às tarifas dos EUA

Parlamentares dos principais partidos do centrão têm rejeitado a pressão de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para aprovar uma anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. Ao mesmo tempo, esses grupos indicam apoio às medidas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende encaminhar ao Congresso para mitigar o impacto das novas tarifas norte-americanas sobre carne, pescados e café e das sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

Distanciamento do bolsonarismo

Deputados e senadores ouvidos durante o recesso apontam que as penalidades impostas pelos Estados Unidos expuseram Bolsonaro e reduziram o espaço político para um perdão coletivo. Relatos de empresários que antes financiavam manifestações pró-Bolsonaro, mas agora criticam a postura do ex-presidente e de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, reforçam essa avaliação. Mesmo dentro do PL, a estratégia não é consensual: alguns defendem manter a pressão na Câmara, outros sugerem travar votações no Senado ou suavizar o texto da anistia.

Para o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, a proposta poderia avançar somente após a aprovação da PEC do foro especial, que, segundo ele, reduziria a influência do Supremo sobre o Legislativo. Até lá, o tema tende a permanecer paralisado.

Alinhamento institucional e agenda econômica

Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), divulgaram notas defendendo a soberania nacional e criticando interferências externas, posicionamento que se alinha ao Palácio do Planalto e ao STF. Líderes de MDB, Solidariedade e outras siglas do centrão afirmam que será politicamente custoso opor-se ao pacote que o governo apresentará para compensar os setores afetados pelas tarifas.

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Integrantes do PT avaliam que o cenário favorece o governo, com o bolsonarismo acuado e o centrão mais próximo do Planalto. Já dirigentes de PP e Republicanos cobram do Executivo maior “pragmatismo” nas negociações com Washington, mas admitem que a pauta econômica tem apelo popular e pode funcionar como trunfo para Lula no Congresso.

Com o Legislativo em período de recesso, a expectativa é de que as discussões sejam retomadas em agosto. Até lá, parlamentares do centrão concentram-se em suas bases eleitorais, enquanto o governo prepara detalhes das medidas de apoio aos exportadores brasileiros.

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