Inteligência Artificial

China lidera primeira Olimpíada de Robôs Humanoides em Pequim

A China sediou, de 15 a 17 de agosto, a primeira edição dos Jogos Mundiais de Robôs Humanoides, reunindo mais de 500 máquinas no National Speed Skating Oval, em Pequim — mesmo local que recebeu as competições de patinação na Olimpíada de Inverno de 2022. O torneio registrou 280 equipes provenientes de 16 nações, entre elas o Brasil, em provas que variaram de corridas a tarefas hospitalares.

Disputas esportivas e funcionais

O evento foi dividido em duas grandes frentes. No bloco esportivo, robôs competiram nos 100 e 1.500 m, salto em altura, boxe, futebol, kung fu, levantamento de peso, além de demonstrações de equilíbrio e simulação de natação em esteira. Já a categoria funcional colocou as máquinas para transportar suprimentos médicos, organizar fármacos, realizar limpeza hospitalar e executar missões de resgate, com foco em cenários de uso real.

Domínio chinês nas medalhas

Como anfitriã, a China confirmou o favoritismo. A Unitree, fabricante local, obteve 11 medalhas e se destacou com a vitória na corrida de 1.500 m: seu robô concluiu a distância em 6 min 34 s, tempo que, embora distante do recorde humano de 3 min 26 s, evidencia ganhos de locomoção. A também chinesa X-Humanoid terminou em segundo lugar geral, com 10 pódios.

Quedas que viralizaram

Apesar do avanço técnico, as falhas chamaram atenção nas redes sociais. Diversos robôs saíram da pista, tropeçaram ou colidiram entre si, obrigando operadores a recolocá-los de pé. Em uma das provas, um modelo da Unitree atropelou acidentalmente um membro da equipe durante a corrida. No futebol, máquinas do tamanho de crianças tombavam em sequência, e no boxe a narração chegou a apontar que “eles estão socando o ar” frente à baixa taxa de acertos.

Alguns times previram esses contratempos e programaram rotinas de autolevantamento. Ainda assim, principalmente nas provas de atletismo, foi comum a intervenção humana para retomar a disputa.

Pesquisa e investimento

Para especialistas, o torneio serve como laboratório aberto. “Há dez anos seria impensável ver um robô correr ou executar um salto mortal; hoje isso já ocorre, mesmo com tropeços”, avaliou Alan Fern, professor da Universidade Estadual do Oregon, ao New York Times. Ken Goldberg, da Universidade da Califórnia, destacou evolução em equilíbrio e locomoção.

China lidera primeira Olimpíada de Robôs Humanoides em Pequim - Imagem do artigo original

O governo chinês enxerga na robótica um setor estratégico. Em março, Pequim anunciou um fundo de 1 trilhão de yuans (cerca de US$ 139 bilhões) para impulsionar empresas de tecnologia. Para startups e grandes companhias presentes nos Jogos, a competição foi vitrine para atrair investimentos e talentos ao permitir demonstrar, em ambiente controlado, a aplicação prática das máquinas em áreas críticas, como saúde e resgate.

Com o encerramento da primeira Olimpíada de Robôs Humanoides, a China reforça a meta de posicionar-se no centro do mapa global da robótica, ao mesmo tempo em que evidencia os desafios restantes de estabilidade e segurança desses sistemas.

Quer acompanhar outras iniciativas ligadas à automação e aprendizado de máquina? Visite a seção de Inteligência Artificial para continuar lendo sobre o tema.

Com informações de Tecnoblog

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo