Celas de Lula, Temer e Collor: veja condições de prisão concentram a curiosidade pública sempre que um ex-presidente brasileiro é detido. As experiências de Luiz Inácio Lula da Silva, Michel Temer e Fernando Collor ilustram diferentes formatos de custódia, do isolamento em salas especiais à progressão para regime domiciliar.
Com a recente condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de reclusão por tentativa de golpe de Estado, o debate sobre celas especiais voltou ao centro das atenções. O ex-presidente permanece em prisão domiciliar desde 4 de julho, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, e sua defesa tenta manter esse regime alegando questões de saúde.
Celas de Lula, Temer e Collor: veja condições de prisão
Lula ficou 580 dias em cela adaptada da PF
Lula foi preso em abril de 2018 após condenações por corrupção e lavagem de dinheiro nos casos do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia. O petista ocupou uma sala de 15 m² no quarto andar da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Sem grades, o espaço tinha banheiro privativo, armário, mesa com quatro cadeiras, esteira ergométrica e televisão. O ex-presidente acordava antes das 7 h, fazia exercícios diários e tinha direito a banho de sol três vezes por semana em área de 40 m². Libertado em novembro de 2019, deixou o local após 580 dias, quando o STF derrubou a prisão em segunda instância.
Temer passou por três unidades diferentes
Michel Temer foi detido pela primeira vez em março de 2019, apenas 79 dias depois de deixar o Planalto, acusado de chefiar organização criminosa e receber propina. Inicialmente, ficou quatro dias em uma sala usada pelo corregedor da PF no Rio de Janeiro, com cama, ar-condicionado e banheiro. Em maio do mesmo ano, voltou à custódia, dessa vez na sede da PF em São Paulo, em espaço improvisado sem grades. Acabou transferido para a sala de Estado-maior do Comando de Policiamento de Choque da PM. No dia 15 de maio conquistou habeas corpus e retornou para casa, sem sentença definitiva.
Collor iniciou pena em presídio de Maceió
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal a oito anos e dez meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na BR Distribuidora, Fernando Collor foi preso em abril de 2025. Ele ocupou uma sala de diretor adaptada no presídio Baldomero Cavalcanti, em Maceió, equipada com ar-condicionado e banheiro separado do bloco comum. Após poucos dias, progrediu para prisão domiciliar em uma cobertura de 600 m² no bairro Jatiúca, onde usa tornozeleira eletrônica e só pode sair para cuidados médicos.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar no DF
Bolsonaro está em regime domiciliar em sua casa no Condomínio Solar de Brasília, área nobre da capital federal. O imóvel de dois andares conta com jardim, churrasqueira e piscina. Desde agosto, ele recebe familiares e aliados, mas a decisão final sobre eventual transferência para cela especial na Papuda, na PF ou até em quartel militar caberá ao ministro Alexandre de Moraes. A defesa considera a pena “excessiva” e promete recorrer, inclusive em instâncias internacionais.
Segundo o Supremo Tribunal Federal, a lei garante cela especial a ex-presidentes, mas o local exato depende da avaliação do juiz responsável por cada caso.
As experiências mostram que, embora todos tenham direito a condições diferenciadas, o tamanho, as rotinas e o nível de conforto das celas variam conforme a unidade prisional e a fase do processo.
Para acompanhar a evolução desses casos e outras atualizações da política nacional, visite a editoria de Notícias e continue informado.
Imagem: Folhapress
