Careca do INSS preso, o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes foi detido nesta sexta-feira, junto ao sócio Maurício Camisotti, por suspeita de comandar um esquema bilionário de descontos irregulares em aposentadorias e pensões.
As ordens de prisão preventiva partiram do Supremo Tribunal Federal (STF) dentro da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A investigação aponta que sindicatos e associações aplicaram descontos não autorizados nos benefícios de milhares de segurados entre 2019 e 2024, gerando prejuízo estimado em mais de R$ 6 bilhões.
Careca do INSS preso em esquema de descontos fraudulentos
Relatórios da PF indicam que Antunes movimentou R$ 53 milhões vindos de entidades sindicais, apesar de declarar renda mensal de R$ 24,4 mil. Ele seria dono de oito carros de luxo, imóveis em São Paulo e Brasília e até uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, aquisição apontada como tentativa de ocultação patrimonial.
Segundo os investigadores, dirigentes do Instituto Nacional do Seguro Social receberam repasses que ultrapassam R$ 17 milhões, além de bens de alto valor, como um Porsche transferido à esposa de um procurador do órgão. Pagamentos no total de R$ 5,1 milhões teriam sido direcionados a pessoas e empresas ligadas ao ex-diretor de Benefícios André Paulo Félix Fidelis, enquanto o ex-diretor de Governança Alexandre Guimarães teria recebido R$ 313 mil.
A CGU averiguou que 70% das 29 entidades autorizadas a descontar mensalidades não entregaram a documentação exigida pelo INSS. Apesar dos alertas, inclusive de ex-membros do Conselho Nacional de Previdência Social, os descontos continuaram. A PF sustenta que uma decisão interna liberou pelo menos 34 mil débitos em favor da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), contrariando parecer jurídico inicial.
Em nota, a Contag declarou atuar “com ética e responsabilidade”. Já a defesa de Antunes afirma confiar na comprovação de inocência. O ministro da Previdência Carlos Lupi reconheceu a indicação de Leonardo Stefanutto, ex-presidente do INSS afastado após a operação, e disse aguardar o andamento judicial.

Para detalhes adicionais sobre a investigação, confira o comunicado oficial da Polícia Federal em gov.br/pf.
O caso expõe fragilidades nos controles do INSS e reforça debates sobre transparência na gestão de benefícios.
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Crédito da imagem: Divulgação/PF