Camisa azul da Seleção Brasileira foi adotada às pressas na final da Copa do Mundo de 1958, inspirada no manto de Nossa Senhora Aparecida, e acabou se tornando um dos maiores símbolos do futebol nacional.
O episódio começou quando Brasil e Suécia, ambas de amarelo, precisaram definir quem mudaria de uniforme na decisão. Coube à equipe visitante encontrar outra cor, mas a camisa reserva branca era rejeitada pelos jogadores desde o traumático Maracanaço de 1950.
Camisa azul da Seleção nasceu da fé em Nossa Senhora
Diante do impasse, o chefe da delegação, Paulo Machado de Carvalho, recorreu à fé. De joelhos, ele teria avistado uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e decidiu replicar na camisa o azul do manto da Padroeira do Brasil. “Vamos vencer com a cor da bênção”, teria afirmado ao grupo.
Nessa mesma noite, membros da comissão técnica compraram tecido azul em Estocolmo e costuraram escudos e números improvisados. A superstição ganhou contornos históricos em 29 de junho de 1958, quando o Brasil venceu a anfitriã Suécia por 5 a 2 e conquistou seu primeiro título mundial. Pelé, então com 17 anos, deixou o gramado chorando com a novidade no peito.
Desde então, o uniforme azul foi oficializado como segundo padrão da Seleção. A relação entre futebol e religiosidade permanece viva: camisas azuis e amarelas são frequentemente deixadas no Santuário Nacional, em Aparecida (SP), como forma de agradecimento por vitórias e boas campanhas.
O legado se renova a cada geração. A última partida com o manto azul ocorreu em 5 de junho, no empate sem gols contra o Equador, resultado que marcou a estreia de Carlo Ancelotti no comando técnico.
Mais do que uma peça de vestuário, a camisa azul simboliza união de fé, tradição e identidade nacional, eternizando a promessa feita em 1958 e lembrando que, para muitos torcedores, futebol e crença caminham lado a lado.
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Foto: Rafael Ribeiro (Divulgação / CBF).