C-130 Hércules bate recorde ao pousar 21 vezes em porta-aviões norte-americano

O transporte militar C-130 Hércules tornou-se a maior aeronave a pousar e decolar de um porta-aviões após uma série de testes conduzidos pela Marinha dos Estados Unidos em 1963. O feito reforçou a versatilidade do quadrimotor da Lockheed Martin, em operação desde 1954.
Como ocorreram os testes no USS Forrestal
Entre outubro e novembro de 1963, um KC-130F, versão de reabastecimento do Hércules, realizou 21 pousos e decolagens sem assistência no convés do USS Forrestal. A pista improvisada possuía cerca de metade dos 600 m recomendados para a aeronave, mas adaptações técnicas permitiram a manobra:
• Freios antideslizantes aprimorados
• Reposicionamento do trem de pouso
• Remoção dos sistemas de reabastecimento nas asas
Durante os ensaios, o peso bruto variou de 38.555 kg a 54.884 kg, mais que o dobro de um caça F-4 carregado. O Hércules precisou de aproximadamente 140 m para pousar e menos de 230 m para decolar, dispensando cabos de frenagem e catapultas.
Capacidades e legado da aeronave
Equipado com quatro motores turboélice, o C-130 atinge 592 km/h e voa até 6.480 km. Mais de 2.500 unidades foram entregues a 63 países em mais de 70 variantes, usadas para transporte de tropas, lançamento de paraquedistas, combate a incêndios, evacuação médica e missões humanitárias.

A versão que participou dos testes no USS Forrestal foi posteriormente aposentada e hoje integra a coleção de um museu na Flórida. No Brasil, o modelo serviu à Força Aérea entre 1965 e 2024, atuando em operações de socorro, incêndios florestais e apoio logístico durante a pandemia de covid-19, antes de ser substituído pelo KC-390 Millennium.
Por que não foi adotado para reabastecimento de navios
Apesar do desempenho satisfatório, a Marinha norte-americana concluiu que aeronaves menores eram mais adequadas para o transporte de suprimentos em alto-mar. Ainda assim, o recorde estabelecido pelo C-130 permanece como referência de capacidade operacional em pistas curtas, demonstrando a versatilidade do avião em cenários improváveis.