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Câmara manda denúncias de motim ao corregedor e adia afastamento de cinco deputados

Brasília — A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu, nesta sexta-feira (8), encaminhar à Corregedoria-Geral da Casa as representações contra Zé Trovão (PL-SC), Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marcos Pollon (PL-MS), Julia Zanatta (PL-SC) e Camila Jara (PT-MS). O colegiado, presidido por Hugo Motta (Republicanos-PB), adiou a deliberação sobre eventual afastamento cautelar dos parlamentares envolvidos no motim que ocupou o plenário por mais de 30 horas.

Encaminhamento à Corregedoria

O ato da Mesa que disciplina a suspensão temporária de mandato prevê análise prévia do corregedor. Caberá a Diego Coronel (PSD-BA) produzir, em até 48 horas, parecer sobre as condutas apontadas. Somente após essa manifestação a Mesa irá decidir se recomenda ao Conselho de Ética a suspensão dos mandatos, medida que pode chegar a seis meses.

Próximas etapas do processo

Caso a Mesa sugira o afastamento, o Conselho de Ética analisará cada caso individualmente. Qualquer punição só terá efeito após votação no colegiado, e ainda será possível recurso ao plenário. O procedimento difere do adotado contra André Janones (Avante-MG) e Gilvan da Federal (PL-ES), cujos processos foram enviados diretamente ao Conselho.

O que motivou as acusações

Zé Trovão, Van Hattem, Pollon e Zanatta participaram do protesto que manteve o plenário ocupado em reação à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Segundo imagens internas, Trovão chegou a impedir fisicamente a passagem do presidente em exercício da Casa, enquanto Van Hattem e Pollon resistiram a deixar as cadeiras da Mesa Diretora. Zanatta permaneceu no local com a filha de quatro meses.

Camila Jara é acusada de ter empurrado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante o tumulto. Ela nega agressão e sustenta que apenas afastou o colega no empurra-empurra que se formou.

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Argumentos e reações

Motta tem afirmado que pretende punir condutas que tentaram “impedir ou obstaculizar” os trabalhos legislativos, classificando os atos como graves. Lideranças do PT, PSOL e PSB apresentaram representação pedindo suspensão de seis meses para os envolvidos no motim.

Pelos partidos governistas e oposição, os deputados citados defendem-se alegando defesa do direito de manifestação e falta de clareza sobre os acordos para encerrar o protesto. Eles aguardam o parecer da Corregedoria antes de se pronunciar formalmente nos autos.

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