noticias

Base de Lula enfrenta disputas internas no Nordeste antes de 2026

A um ano das convenções partidárias, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda procuram consenso sobre candidaturas aos governos estaduais e ao Senado no Nordeste, região decisiva na vitória de 2022.

Paraíba e Rio Grande do Norte em foco

Na Paraíba, o cenário mudou com a provável saída do governador João Azevêdo (PSB) para disputar o Senado. O vice Lucas Ribeiro, filiado ao PP, deve assumir o cargo em abril e tende a buscar a reeleição. A legenda, porém, poderá apoiar uma candidatura nacional de oposição a Lula, o que preocupa o PT. O presidente da Assembleia, Adriano Galdino (Republicanos), já se colocou como alternativa governista e defende abertamente o projeto de reeleição de Lula.

No Rio Grande do Norte, a governadora Fátima Bezerra (PT) planeia concorrer ao Senado. Pesquisas apontam o senador Capitão Styvenson (PSDB) na liderança da disputa e indicam empate técnico entre Fátima e a senadora Zenaide Maia (PSD), vice-líder do governo no Senado. O afastamento entre as duas fomenta a possibilidade de palanques separados, cenário que a coordenação petista tenta evitar para não repetir a divisão que em 2022 favoreceu a eleição do oposicionista Rogério Marinho (PL).

Maranhão, Bahia e Ceará negociam chapas

No Maranhão, o acordo firmado em 2022 previa a renúncia do governador Carlos Brandão (PSB) para que o vice Felipe Camarão (PT) disputasse o governo. Brandão, entretanto, sinaliza que ficará no cargo e articula a candidatura do sobrinho Orleans Brandão (MDB), movimento visto pelo PT como ameaça à coesão estadual e, por consequência, ao desempenho de Lula.

Na Bahia, o PT considera lançar chapa ao Senado com os ex-governadores Rui Costa e Jaques Wagner, ambos da sigla, em coligação comandada pelo governador Jerônimo Rodrigues. A hipótese enfrenta resistência do PSD, que mantém a pré-candidatura do senador Ângelo Coronel e reivindica espaço na majoritária.

No Ceará, cinco nomes disputam indicação ao Senado: José Guimarães (PT), Eunício Oliveira (MDB), Júnior Mano (PSB), Chiquinho Feitosa (Republicanos) e Domingos Filho (PSD). A necessidade de reduzir a lista gera preocupação com possíveis rupturas que afetem as campanhas de Lula e do governador Elmano de Freitas (PT).

Base de Lula enfrenta disputas internas no Nordeste antes de 2026 - Imagem do artigo original

Pernambuco, Sergipe, Piauí e Alagoas

Em Pernambuco, o PT tende a apoiar a candidatura do prefeito do Recife, João Campos (PSB), mas setores internos defendem manter diálogo com a governadora Raquel Lyra (PSD). O principal objetivo do partido é garantir a reeleição do senador Humberto Costa.

Em Sergipe, o governo federal busca aproximar o governador Fábio Mitidieri (PSD), que, no entanto, rejeita compor chapa com o senador Rogério Carvalho (PT) por divergências da eleição passada.

No Piauí, o PT já informou ao MDB que a vaga de vice na chapa do governador Rafael Fonteles (PT) não será cedida, mas apoiará a recondução do senador Marcelo Castro (MDB), contornando atritos locais. Alagoas, por sua vez, registra trégua após acordo que favorece o deputado Arthur Lira (PP) e mantém o senador Renan Calheiros (MDB) como nome aliado ao Palácio do Planalto.

Até o início de 2026, o desafio da articulação governista será alinhar cada palanque estadual sem comprometer a unidade regional que garantiu vantagem expressiva a Lula no pleito anterior.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo