América Latina é zona de paz, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (20), ao receber as credenciais de 28 novos embaixadores no Palácio do Planalto. No discurso, ele defendeu a soberania regional e condenou intervenções militares de nações de fora do continente.
Lula ressaltou que a América Latina não possui armas de destruição em massa nem enfrenta conflitos étnicos ou religiosos. Para o chefe do Executivo, ações externas “podem causar danos maiores do que se pretende evitar” e agravar a atual polarização política vivida na região.
América Latina é zona de paz, diz Lula ao receber embaixadores
Diante dos diplomatas, o presidente afirmou que o multilateralismo permanece prioridade de sua política externa: “Precisamos fortalecer relações comerciais, econômicas e, sobretudo, pacíficas, sem ódio ou negacionismo”, afirmou. Ele informou ter visitado 37 países desde o início do terceiro mandato e adiantou que o Brasil sediará, este ano, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) e a Cúpula do Mercosul.
Os representantes que passam a atuar em Brasília vêm de El Salvador, Albânia, Camboja, Tailândia, Tanzânia, Belarus, Quênia, Omã, República Dominicana, Burkina Faso, Bangladesh, Mauritânia, Sudão, Senegal, Uruguai, República Democrática do Congo, Suíça, Países Baixos, Bélgica, Emirados Árabes, Irlanda, Zâmbia, Áustria, Finlândia, Malásia, Gana, Líbano e Sri Lanka. A entrega das cartas credenciais amplia as prerrogativas dos diplomatas em audiências e solenidades oficiais.
Lula também mencionou a nota conjunta emitida por países latino-americanos que expressa preocupação com a movimentação naval dos Estados Unidos no Caribe, perto da Venezuela. O presidente reforçou que manter a América Latina zona de paz depende do respeito à autodeterminação dos povos, princípio previsto na Carta da Organização das Nações Unidas.
No âmbito diplomático, o agrément — consulta prévia do país anfitrião sobre o nome do novo embaixador — continua sendo requisito obrigatório. Só após a aceitação formal e a apresentação das credenciais o diplomata pode representar seu governo junto às autoridades brasileiras.
Com a cerimônia coletiva de hoje, o governo reforça a estratégia de aproximar parceiros de diferentes continentes e de reiterar que a América Latina é zona de paz comprometida com democracia e direitos humanos.
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Crédito da imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
