Agentes de IA falham, afirma cofundador da OpenAI

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Agentes de IA continuam aquém das expectativas e “simplesmente não funcionam”, segundo o cofundador da OpenAI e ex-chefe de IA da Tesla, Andrej Karpathy. Em entrevista ao Dwarkesh Podcast, o especialista apontou limitações de inteligência, falta de recursos multimodais e ausência de aprendizado contínuo, prevendo cerca de dez anos para que esses obstáculos sejam superados.

Karpathy foi categórico ao classificar os atuais assistentes virtuais autônomos como “cognitivamente deficientes”. Para o engenheiro, a indústria superestima a capacidade dessas soluções, propagando a ideia de que, em breve, elas poderão gerenciar e-mails, planejar viagens ou escrever códigos sem intervenção humana.

Agentes de IA falham, afirma cofundador da OpenAI

O otimismo contrasta com a avaliação de especialistas. Matéria do Business Insider lembra que investidores já chamam 2025 de “o ano do agente”, mas ressalta que a precisão ainda é baixa. Se um modelo atinge 80% de acerto em cada ação, a chance de concluir uma tarefa de cinco passos cai para 32%, pois o erro se multiplica a cada etapa, explicou Quintin Au, líder de crescimento da ScaleAI.

Após o podcast, Karpathy reforçou no X/Twitter que critica a direção do setor, não a pesquisa em si. Ele rejeita um futuro em que entidades totalmente autônomas “escrevem todo o código” enquanto pessoas se tornam irrelevantes. Em vez disso, defende que a colaboração homem-máquina seja priorizada, com a IA consultando documentação de API, perguntando quando estiver em dúvida e evitando assumir premissas sem confirmação.

O executivo também alerta para a proliferação do chamado “AI slop” — conteúdo de baixa qualidade gerado por máquinas —, tendência que já afeta redes sociais e pode se agravar caso os agentes tentem substituir profissionais humanos por completo.

Karpathy popularizou o conceito de vibe coding, método em que o programador descreve em linguagem natural o que deseja e a IA produz o código. Ele usa ferramentas como Composer, da Cursor AI, e o modelo Sonnet, da Anthropic. Contudo, admitiu não ter conseguido criar por completo, via IA, o Nanochat, seu próprio projeto; preferiu codificar manualmente diante de falhas e possíveis vulnerabilidades.

Para o especialista, a geração automática de software “pode sair de controle” em projetos grandes e abrir brechas de segurança. Apesar disso, ele acredita que, com avanços graduais, a interação conjunta entre humanos e inteligência artificial deve superar os atuais gargalos dos agentes de IA.

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Imagem: Growtika/Unsplash

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