Tecnologia

Pesquisa revela adoção de bots de IA por adolescentes e aponta riscos de segurança

Um levantamento da Common Sense Media com 1.060 adolescentes norte-americanos, de 13 a 17 anos, indica que os bots de inteligência artificial já fazem parte da rotina de boa parte desse público.

Uso frequente e motivos

Segundo o estudo, mais da metade dos entrevistados utiliza companions de IA em aplicações como Replika e Character.AI. Entre eles, 31% consideram as conversas com algoritmos tão boas ou melhores do que interações com amigos reais. Os participantes apontam duas finalidades principais: 46% recorrem aos bots como ferramenta prática e 33% buscam interação social, incluindo apoio emocional, lazer e flerte.

Ainda assim, 80% afirmam passar mais tempo com colegas presenciais, e 50% demonstram ceticismo quanto à precisão das respostas geradas. O levantamento identifica um grupo de 10% que prefere dialogar com IA a conversar com pessoas.

Riscos legais e de saúde mental

Casos recentes resultaram em processos contra Character.AI e Google por conteúdo sexual explícito envolvendo menores. Um adolescente de 14 anos na Flórida tirou a própria vida após interações consideradas íntimas com um bot. Outro relatório, produzido pela Common Sense Media em parceria com a Universidade de Stanford, conclui que nenhum companion virtual é seguro para menores de 18 anos, citando facilidade de acesso a material inadequado, disseminação de informação incorreta e possíveis impactos psicológicos.

O estudo atual mostra que um terço dos jovens já tratou assuntos sérios com IA em vez de procurar amigos ou familiares. Especialistas alertam para riscos de privacidade, pois as plataformas podem armazenar e explorar dados pessoais compartilhados durante as conversas.

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Imagem: tecmundo.com.br

Ausência de regulação e papel dos pais

A maioria dos serviços exige apenas o preenchimento de idade ou a criação de um e-mail válido, o que permite que menores ignorem restrições. Como o setor opera sob autorregulação, não há diretrizes legais claras sobre atendimento a adolescentes nem sobre uso dos dados coletados.

Michael Robb, diretor de pesquisa da Common Sense Media, defende regras mais rigorosas para empresas de tecnologia e incentiva responsáveis a dialogar com os filhos sobre limites de uso e informações que podem ser compartilhadas.

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