Racismo no futebol voltou a ganhar os holofotes após o Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) punir com 10 partidas o zagueiro PV, do Batel, que reagiu a uma injúria racial desferida pelo meia Diego, do Nacional-PR, suspenso por 7 jogos.
O episódio ocorreu em 4 de maio, durante partida da Terceira Divisão estadual. Segundo a súmula, Diego teria chamado PV de “macaco”. O zagueiro respondeu com um soco e cuspidelas, ações que agravaram o quadro disciplinar.
Racismo no futebol: vítima pega 10 jogos, agressor 7
No julgamento, os auditores aplicaram a Diego sete partidas de gancho e multa de R$ 2 mil, enquadrando-o por injúria racial. PV recebeu quatro jogos pela agressão física e mais seis pela cusparada, totalizando dez. A votação foi dividida: parte do colegiado considerou atenuantes para o defensor, enquanto outros enfatizaram que a reação extrapolou o permitido pelo Código Brasileiro de Justiça Desportiva.
A arbitragem seguiu o protocolo antirracismo da FIFA, cruzando os braços em X e interrompendo o confronto. O procedimento, detalhado pela própria entidade em seu site FIFA.com, prevê paralisação imediata e garantia de segurança ao atleta ofendido.
Fora dos gramados, a Polícia Civil abriu inquérito e ouviu ambos os jogadores. A defesa de PV aguarda manifestação do Ministério Público, o que pode levar o caso à esfera cível. O Nacional-PR já anunciou recurso, enquanto o Batel foi absolvido de omissão, reforçando postura de tolerância zero a discriminações.

O debate sobre o limite entre legítima defesa e excesso volta à pauta. Especialistas lembram que o CBJD admite atenuação quando o ato é provocado por ofensa grave, mas o agressor ainda pode ser sancionado, como ocorreu.
Em nota, a Federação Paranaense destacou que continuará a sensibilizar clubes e torcedores. A entidade reforçou que campanhas educativas, aliadas à punição exemplar, são fundamentais para erradicar o racismo no futebol brasileiro.
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