IA nas finanças já é bem-vista por 68% dos consumidores brasileiros, mas apenas 14% aceitariam que a tecnologia decidisse sozinha onde investir ou gastar, aponta pesquisa da Consumoteca encomendada pelo Itaú Unibanco e divulgada em São Paulo.
O estudo ouviu 5 000 pessoas em todo o país, metade entre 18 e 29 anos e a outra metade com mais de 29. Os dados foram apresentados pelo antropólogo Michel Alcoforado, que destacou o desejo do brasileiro de “conversar sobre dinheiro com alguém que não seja uma pessoa”, abrindo espaço para chatbots e assistentes virtuais nos apps bancários.
IA nas finanças: brasileiros apoiam uso, mas pedem controle
Entre os entrevistados favoráveis à inteligência artificial, a confiança depende de requisitos claros. Para 40%, a linguagem precisa ser simples; 39% querem conhecer as regras que regem o sistema; 38% exigem transparência sobre os parâmetros de decisão; 36% esperam ver resultados de outros usuários; outros 36% só confiam se houver especialistas humanos por trás, e 30% pedem comparativos com a média do mercado.
O movimento dos bancos acompanha essa demanda. Instituições já exibem resumos personalizados na tela inicial dos aplicativos e oferecem chatbots capazes de responder dúvidas em tempo real. Conforme relatado pela agência Reuters, a integração de IA em serviços financeiros acelera em toda a América Latina, impulsionada pela busca de eficiência e personalização.
Apesar da abertura ao “copiloto” digital, o receio de entregar o volante permanece. Alcoforado reforça que “o consumidor quer tecnologia que aconselhe, não que mande”. Essa cautela, diz ele, pode ser superada com comunicação transparente e resultados tangíveis, fatores que aumentam a percepção de segurança.

O levantamento indica ainda que a experiência de terceiros pesa quase tanto quanto a supervisão humana, sinalizando que cases de sucesso divulgados pelos bancos tendem a ampliar a adesão. Para especialistas, o desafio é equilibrar automação e presença humana, oferecendo conveniência sem perder a confiança.
Resumindo, a pesquisa mostra que o brasileiro vê valor na inteligência artificial como guia financeiro, desde que entenda como ela funciona e mantenha a palavra final. Acompanhe mais análises sobre o avanço da tecnologia em nossa editoria de Inteligência Artificial e fique por dentro das tendências que moldam o seu bolso.
Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog