Experian multada na Holanda é o assunto que domina o setor de proteção de dados nesta semana. A companhia, controladora da Serasa no Brasil, recebeu penalidade de € 2,7 milhões (cerca de R$ 16,9 milhões) após investigação da Autoridade Holandesa de Proteção de Dados (AP), que apontou violações ao Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR).
A decisão, anunciada na sexta-feira, 17 de outubro de 2025, envolve a criação de perfis de crédito sem transparência para os titulares das informações. Segundo o órgão regulador, consumidores holandeses enfrentaram juros maiores, depósitos adicionais e até recusas na contratação de serviços por causa das pontuações geradas pela empresa.
Experian multada na Holanda por uso indevido de dados
De acordo com a AP, a Experian coletou dados pessoais de fontes públicas e privadas sem informar claramente como essas informações seriam usadas. Essa prática impediu que os cidadãos verificassem a veracidade dos registros antes que eles impactassem suas finanças. Operadoras de telecomunicações, lojas on-line e fornecedores de energia solicitaram as pontuações para avaliar a inadimplência dos clientes.
O presidente da autoridade de proteção de dados, Aleid Wolfsen, destacou que muitos consumidores “não tinham ideia de que estavam sendo avaliados” e, por isso, foram privados do direito de contestar dados incorretos. Ainda conforme o relatório, os perfis de crédito continham detalhes sobre dívidas pendentes, histórico de pagamentos negativos e falências, disponíveis até 1.º de janeiro deste ano.
Em comunicado, a Experian admitiu as infrações e informou que não recorrerá da decisão. A empresa assumiu o compromisso de encerrar todas as operações no mercado holandês e apagar, até o fim de 2025, o banco de dados criado por meio da coleta considerada ilegal.
A punição reforça o rigor da GDPR, legislação que estabelece regras para tratamento de informações pessoais em toda a União Europeia. Segundo especialistas citados pela BBC, o caso serve de alerta para companhias que dependem de dados para avaliar crédito ou oferecer produtos personalizados, mostrando que a falta de transparência pode resultar em sanções financeiras expressivas e na perda de mercado.
A Experian, sediada na Irlanda, atua em mais de 40 países, inclusive no Brasil, onde opera sob a marca Serasa Experian. Até o momento, não há indícios de que a decisão holandesa afete diretamente os serviços prestados à clientela brasileira.
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Imagem: JHVEPhoto/Getty Images