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Filha de Aristóteles Onassis pagava para ter companhia e lutava contra solidão, diz confidente

A herdeira grega Christina Onassis, única filha viva do magnata da navegação Aristóteles Onassis, enfrentou a solidão a ponto de remunerar pessoas apenas para acompanhá-la em viagens e fins de semana, segundo relato da amiga Marina Tchomlekdjoglou publicado por jornal espanhol. A bilionária morreu em 1988, aos 37 anos, e deixou uma fortuna avaliada em US$ 1 bilhão.

Companhia contratada em meio ao luxo

De acordo com Tchomlekdjoglou, que conviveu com Christina durante mais de duas décadas, a prática de pagar por companhia era comum nos períodos de maior instabilidade emocional. A confidente afirma ter recebido passagens, hospedagem, roupas e um pagamento informal para permanecer ao lado da herdeira em temporadas de férias, especialmente em Marbella, na Espanha. O objetivo, segundo ela, era preencher o vazio afetivo que se acentuava mesmo diante de uma estrutura de mordomos, empregados e iates à disposição.

Infância marcada por tragédias familiares

Christina nasceu em 1950, cercada por privilégios, mas perdeu boa parte da família ainda jovem. O irmão Alexander morreu em 1973, aos 24 anos, após um acidente de avião. Dois anos depois, a mãe, Athina Livanos, morreu por overdose. Com as mortes, Christina tornou-se a única herdeira direta de Aristóteles Onassis, que controlava uma das maiores frotas de petroleiros do século passado, além de propriedades em vários continentes e a ilha privada de Skorpios.

Pressão do sobrenome e comparações constantes

Após o falecimento de Aristóteles, em 1975, Christina passou a administrar o império familiar e lidou com a expectativa de reproduzir o sucesso do pai. O peso do sobrenome era agravado pela projeção da madrasta, Jacqueline Kennedy Onassis, símbolo de elegância e glamour na cena internacional. Segundo o relato da confidente, a comparação permanente com as figuras de referência aumentava a sensação de inadequação da bilionária.

Casamentos breves e turbulentos

Christina se casou quatro vezes. A quarta união, com o empresário francês Thierry Roussel, ocorreu em 1984 e resultou no nascimento de Athina, hoje a única herdeira da família. Relatos de época descrevem o casamento como conturbado, marcado por separações temporárias e reconciliações rápidas. Antes de Roussel, Christina se uniu ao norte-americano Joseph Bolker, ao armador grego Alexander Andreadis e ao austríaco Sergei Kauzov. Nenhuma das relações durou mais que alguns anos.

Oscilação entre compras compulsivas e retiros médicos

Nos anos 1980, já na casa dos 30 anos, Christina alternava temporadas de consumismo agressivo, inclusive com a compra de joias e imóveis, e períodos prolongados em clínicas suíças especializadas em saúde mental. Documentos médicos citados na reportagem espanhola indicam que ela tratava transtornos alimentares, depressão e crises de ansiedade. O acompanhamento incluía medicação intensa e internações para estabilização clínica.

Rituais para enfrentar a solidão

Entre terapias, Christina buscava atividades que lhe proporcionassem sensação de normalidade. Promovia jantares particulares, organizava passeios de iate e financiava longos retiros em centros de saúde. Foi nesses períodos que, segundo Tchomlekdjoglou, a herdeira contratou amigos de forma explícita: estabelecia remuneração, pagava todas as despesas e pedia apenas que a acompanhassem em tarefas simples, como refeições e caminhadas.

Morte precoce e causa oficial

Em 19 de novembro de 1988, Christina foi encontrada sem vida em uma residência em Buenos Aires, na Argentina. A causa oficial apontada pelas autoridades foi edema pulmonar. Na época, surgiram especulações sobre possível uso excessivo de medicamentos, mas nenhuma evidência conclusiva alterou o laudo médico. Ela deixou a filha Athina, então com três anos, sob tutela do pai, Thierry Roussel.

Herança e perfil discreto da nova geração

Athina passou a maior parte da infância longe da mídia e, na vida adulta, manteve rotina reservada. Responsável pelos bens da família, ela optou por administrar o patrimônio à distância, vendendo parte dos navios e imóveis para diversificar investimentos. Diferentemente da mãe, permaneceu afastada de festas da alta sociedade e evita exposições públicas.

Livro promete bastidores inéditos

As revelações sobre os pagamentos por companhia integram a obra “Minha vida com Christina Onassis, a verdadeira história jamais contada”, escrita por Marina Tchomlekdjoglou. O livro reúne memórias da convivência entre as duas, relatos de viagens pela Europa e detalhes de bastidores das internações clínicas. A autora afirma que decidiu registrar as histórias para evidenciar o contraste entre a fortuna exuberante e a fragilidade emocional da herdeira.

Trinta e sete anos após sua morte, Christina Onassis permanece como figura emblemática de um período em que vastas fortunas e estilo de vida extravagante coexistiam com desafios psicológicos que, muitas vezes, não recebiam atenção na mesma medida. Os depoimentos de quem conviveu com a bilionária reforçam a discrepância entre a riqueza material e a dificuldade de estabelecer relações afetivas genuínas.

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