Trip Linhas Aéreas marcou o transporte aéreo regional brasileiro ao crescer de uma frota enxuta, em 1998, a mais de 70 destinos em pouco mais de dez anos, antes de desaparecer após a fusão com a Azul.
Fundada em 24 de março de 1998, em Campinas, pelo empresário José Mario Caprioli, a companhia iniciou operações com aeronaves EMB-120, focando em cidades médias e rotas ignoradas por concorrentes maiores. O nome Trip era ao mesmo tempo a sigla de Transportes Regionais do Interior Paulista e a tradução inglesa para “viagem”.
Trip Linhas Aéreas: trajetória e fusão que encerrou a marca
A estratégia de nicho ganhou impulso a partir de 2005, quando a Trip expandiu no Norte do país em parceria com a Rico Linhas Aéreas. Dois anos depois, a compra da rival Total elevou a malha para 62 cidades, consolidando a empresa como a maior regional da América do Sul. Em 2008 chegaram os jatos Embraer 175, reforçando a frota já composta pelos turboélices ATR 72-500 adquiridos de fábrica.
Mesmo a crise global de 2001 não conteve a ascensão. Em 2011, a marca lançou a Trip Cargo para transporte de cargas e quase recebeu investimento da TAM, negócio que acabou não avançando. Ao fim daquele ano, o grupo operava 800 voos diários somando passageiros e encomendas.
O capítulo decisivo veio em 28 de maio de 2012, quando a companhia anunciou a fusão com a Azul Linhas Aéreas. A nova holding Azul Trip manteve 66% de participação com a Azul e 34% com os antigos acionistas da Trip. Na época, a união garantiu 15% do mercado doméstico e posicionou o conglomerado entre as três maiores do país, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil.
Nos meses seguintes, a identidade visual da antiga Trip foi substituída gradualmente, restando apenas uma tonalidade diferenciada em uma letra da palavra “Azul”. Em 2014, a marca Trip deixou de existir oficialmente, encerrando uma história de expansão rápida e foco regional que mudou a aviação brasileira.

O legado, contudo, permanece: parte da malha atual da Azul — especialmente em cidades médias do interior — nasceu do modelo de negócios idealizado pela Trip, reforçando a importância da empresa numa aviação mais descentralizada e acessível.
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Crédito da imagem: Divulgação/Azul