Operação Rejeito pressiona Zema e agita sucessão em MG — Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal, revelou um esquema que pode ter gerado R$ 18 bilhões em ganhos ilícitos a empresários, políticos e servidores de Minas Gerais, abrindo crise no governo Romeu Zema (Novo) e no tabuleiro sucessório do estado.
A investigação aponta propinas e influência para liberar licenças de mineração em áreas proibidas. Sete servidores já foram exonerados, e parlamentares da oposição afirmam ter quase todas as assinaturas necessárias para instalar uma CPI na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG). Em Brasília, a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) articula comissão semelhante na Câmara, mirando também a Agência Nacional de Mineração (ANM).
Operação Rejeito pressiona Zema e agita sucessão em MG
Entre os presos estão nomes ligados a Jair Bolsonaro, Nikolas Ferreira (PL-MG), Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e ao ministro Alexandre Silveira (PSD-MG). Figura central do segundo escalão do governo mineiro, Fernando Baliani, diretor da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), foi detido após ter sido demitido e readmitido em menos de um mês. Outro investigado, Rodrigo Gonçalves Franco, presidiu a Feam por apenas oito meses e foi exonerado quatro dias antes da operação.
Oposição e base governista travam disputa: deputados como Lohanna França (PV) acusam o Executivo estadual de omissão, enquanto aliados de Zema sustentam que a Polícia Federal deve conduzir o caso sem “palco político”. O governador, que levou mais de 24 horas para comentar a operação, declarou que já havia suspeitas internas e cobrou punição exemplar.
O imbróglio surge no momento em que Zema consolida pré-candidatura à Presidência em 2026. Analistas veem risco de desgaste prolongado, pois eventuais CPIs podem convocar auxiliares e expor decretos que teriam flexibilizado a fiscalização ambiental.
Em nível federal, o portal G1 lembrou que dois dos detidos — Caio Trivelatto, diretor da ANM, e Rodrigo Teixeira, ex-PF — foram indicados por Silveira, que se disse “surpreso” e afastou ambos dos cargos. Já o ex-assessor de Rodrigo Pacheco, Felipe Lombardi Martins, é apontado como “homem da mala” responsável pela movimentação financeira do grupo.

Integrantes ligados ao bolsonarismo também figuram na investigação. O geógrafo Gilberto Horta de Carvalho, apoiado por Bolsonaro e Nikolas Ferreira na eleição do Crea-MG, teria repassado documentos para acusar Duda Salabert de supostas irregularidades eleitorais.
No curto prazo, a ALMG deve definir se instala a CPI. Caso avance, depoimentos de ex-dirigentes da Feam e de secretarias estaduais podem intensificar o desgaste político de Zema e influenciar a sucessão ao Palácio Tiradentes.
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Crédito da imagem: O Globo