Smartglasses podem aposentar smartphones já na próxima década. Os óculos inteligentes despontam como a principal aposta das grandes empresas de tecnologia para suceder o celular, unindo mobilidade, realidade aumentada e comandos por voz.
O impulso mais recente veio em 27 de setembro de 2025, durante o Meta Connect, quando Mark Zuckerberg apresentou o Meta Ray-Ban Display. O modelo permite enviar mensagens, atender ligações, gravar vídeos, pesquisar na web e até traduzir conversas em tempo real, tudo projetado diretamente nas lentes.
Smartglasses podem aposentar smartphones já na próxima década
Com preço de lançamento de US$ 799, o dispositivo da Meta chega a menos da metade do valor de muitos smartphones topo de linha e bem abaixo dos caros headsets de realidade mista, como o Apple Vision Pro. Além do custo, o design próximo a um Ray-Ban convencional favorece a aceitação social, evitando o estranhamento que brecou projetos anteriores.
O Google Glass, por exemplo, estreou em 2012 por US$ 1.500, tinha visual assimétrico e controles pouco intuitivos, resultando no cancelamento do projeto em 2015. Agora, o histórico parece diferente: além da Meta, Google, Samsung e Qualcomm desenvolvem óculos com Android XR, consolidando um ecossistema propício para apps e serviços focados em realidade aumentada.
Especialistas apontam três fatores decisivos para a virada dos smartglasses: miniaturização de componentes, integração de assistentes de IA e maior autonomia de bateria. O Ray-Ban Display promete até seis horas de uso moderado, número ainda inferior a um dia inteiro de trabalho, mas já suficiente para tarefas rápidas e emergenciais.
Recursos de acessibilidade também podem acelerar a adoção. As legendas em tempo real beneficiam pessoas com deficiência auditiva, enquanto o zoom óptico e a descrição de ambientes auxiliam usuários com baixa visão.
Apesar dos avanços, a dependência do smartphone para várias funções, como captura de selfies ou acesso a aplicativos específicos, ainda existe. Analistas acreditam que a independência total virá gradualmente, à medida que chips mais potentes e baterias de maior densidade energética cheguem ao mercado.

De acordo com a consultoria IDC, o segmento de óculos inteligentes deve crescer a taxas de dois dígitos até 2030, impulsionado por fabricantes de peso e por cases de uso cada vez mais claros. Fontes como o The Verge destacam que a combinação de hardware leve e software baseado em IA cria um novo paradigma de computação pessoal, mantendo o usuário focado no mundo real.
Para quem acompanha a evolução dos dispositivos móveis, a mensagem é direta: em breve, olhar para frente será tão natural quanto olhar para a tela do celular hoje.
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Imagem: GettyImages