PSD e União Brasil disputam vaga no TCU ao articularem candidaturas próprias para a cadeira que ficará aberta em fevereiro de 2026, quando o ministro Aroldo Cedraz se aposenta compulsoriamente aos 75 anos.
A movimentação mira diretamente o acordo firmado em 2024 pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e pelo então presidente Arthur Lira (PP-AL) com o PT, que previa apoio petista à sucessão de Lira em troca da indicação de um nome do partido para o Tribunal de Contas da União.
PSD e União Brasil disputam vaga no TCU e desafiam PT
Fora do pacto original, União Brasil e PSD passaram a articular nomes capazes de reunir o chamado “antipetismo” no Congresso. No União Brasil, o deputado Danilo Forte (CE) festejou aniversário em 2 de agosto, em Brasília, usado como vitrine para sua pretensão ao cargo. Elmar Nascimento (BA) também cogita entrar na corrida. Já no PSD, o deputado Hugo Leal (RJ) deve ter sua candidatura discutida nesta semana em convenção nacional da legenda, em Florianópolis.
Aliados desses pré-candidatos alegam que a proximidade da eleição presidencial de 2026, o clima de tensão entre Planalto e Congresso e a resistência em conceder mais espaço ao PT na máquina pública podem desidratar o entendimento costurado por Motta. O pleito na Câmara é secreto, realizado em turno único, e exige confirmação posterior do Senado.
No PT, o consenso recai sobre Odair Cunha (MG), ex-líder da bancada e figura recorrente nos eventos de Motta desde 2024. Cunha acompanhou o presidente da Câmara em agendas internacionais, como o Fórum de Lisboa, além de viagens oficiais ao Vaticano, Japão e Vietnã, consolidando-se como favorito petista.
A disputa ganhou novo argumento etário: Forte (67 anos) e Leal (63) afirmam que, por serem mais velhos que Cunha (49), permaneceriam menos tempo no tribunal, abrindo futuras vagas para a Câmara antes de 2050. Petistas respondem que a juventude de Cunha garantiria um aliado duradouro no TCU, cuja remuneração é de R$ 41,8 mil mensais e cujas decisões afetam contratos e licitações federais.

Há ainda deputados que estudam convencer o ministro Augusto Nardes a antecipar a aposentadoria prevista para 2027, o que criaria uma segunda vaga e facilitaria acordos pluripartidários.
A eleição, marcada para o início de 2026, pode redefinir forças dentro do Legislativo e testar a solidez do acordo entre Hugo Motta e o PT. Até lá, PSD e União Brasil intensificarão negociações nos bastidores para capitalizar o descontentamento com a hegemonia petista no governo federal.
Para acompanhar outras movimentações no cenário político, acesse nossa editoria de Notícias e siga informado.
Crédito da imagem: Evaristo Sa – 13.ago.25/AFP