A Mulher Rei na Netflix revela história real de guerreiras

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A Mulher Rei na Netflix impulsionou o interesse do público pela trajetória das guerreiras Agojie, elite feminina que defendia o Reino de Daomé na África Ocidental durante os séculos XVIII e XIX. O longa de 2022, estrelado por Viola Davis, alcançou o Top 10 da plataforma em 2025 e misturou drama, ação e fatos históricos para retratar o embate do reino contra ameaças internas e externas.

Ambientada na década de 1820, a produção acompanha a general Nanisca e a recruta Nawi, personagens inspiradas em mulheres que realmente existiram. Enquanto treinam novas combatentes para enfrentar traficantes de escravos europeus e o Império Oyo, elas expõem tensões políticas e sociais que levaram Daomé ao auge — e, posteriormente, à queda.

A Mulher Rei na Netflix revela história real de guerreiras

O Reino de Daomé, localizado no atual território do Benim, manteve um sistema no qual cada oficial masculino tinha sua contraparte feminina, consolidando o respeito às Agojie. Historiadores calculam que, no auge, entre 6 000 e 8 000 mulheres integravam as fileiras do exército. Oriundas de aldeias vizinhas, adolescentes altas e atléticas passavam por rigoroso treinamento físico e mental, aprendendo a usar lanças, facas, arcos com flechas envenenadas e até canhões.

Entre as combatentes reais, destaca-se Nawi, considerada a última guerreira viva, falecida em 1979 com mais de 100 anos. Já Nanisca foi registrada em relatos de um mercador francês no fim do século XIX, servindo de base para a personagem de Viola Davis. Essas figuras reforçam a fidelidade da obra ao contexto histórico, ainda que o roteiro inclua elementos de ficção para dinamizar a narrativa.

O filme também aborda a dependência econômica de Daomé do tráfico de escravos, prática que começou a ruir quando potências europeias aboliram o comércio a partir de meados do século XIX. A pressão colonial resultou na Primeira e na Segunda Guerras Franco-Daomeanas (1890 e 1892), culminando na incorporação do território pela França em 1894. Detalhes sobre essa transição podem ser conferidos em estudos de referência, como o publicado pela National Geographic.

Ao combinar fatos verídicos com dramaturgia, A Mulher Rei reforça o legado das Agojie e amplia o debate sobre o papel feminino em sociedades africanas pré-coloniais. O sucesso na Netflix demonstra o apelo do tema e reacende discussões sobre representatividade, colonialismo e resistência cultural.

Para aprofundar-se em temas históricos que voltam à pauta graças ao streaming, acesse também a editoria de notícias em Suafontediaria.com e continue acompanhando nossas análises.

Fonte: Divulgação/TriStar Pictures

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