Câmara adia anistia após críticas do STF a golpistas

Date:

Câmara adia anistia após críticas do STF a golpistas: a direção da Casa decidiu postergar qualquer deliberação sobre o projeto de perdão aos envolvidos em atos antidemocráticos, aguardando o fim do julgamento que envolve Jair Bolsonaro e mais sete réus.

Enquanto isso, no plenário do Supremo Tribunal Federal, ministros voltaram a frisar que crimes contra a ordem constitucional não admitem clemência. Flávio Dino destacou o caráter preventivo das condenações, alertando que “anistiar seria oferecer salvo-conduto para novas investidas”.

Câmara adia anistia após críticas do STF a golpistas

Relator da ação penal, Alexandre de Moraes relembrou que as ameaças proferidas por Bolsonaro em sucessivos 7 de setembro buscavam corroer a independência do Judiciário. O magistrado afirmou que os réus tentaram vestir o golpe com aparência de legalidade ao convocar as Forças Armadas. Já Luiz Fux, que ainda votará, reiterou posição antiga: crimes contra a democracia são insuscetíveis de perdão.

Estratégia de espera na Câmara

Na reunião de líderes, o presidente em exercício da Câmara, Hugo Motta, comunicou que “nada polêmico será apreciado” antes da conclusão do julgamento no STF. Sem relator designado e fora da pauta, o projeto de anistia apoiado pelo PL perdeu fôlego imediato, apesar da pressão pública encampada por aliados de Bolsonaro desde o fim de semana.

Senado resiste a texto amplo

No Senado, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Otto Alencar (PSD-BA), declarou que não pautará proposta que inclua agentes de Estado ou o próprio ex-presidente. Ele classificou a ideia como inconstitucional. Paralelamente, Davi Alcolumbre (União-AP) sondou uma versão restrita, diferenciando financiadores dos participantes de menor relevância, mas o núcleo bolsonarista rechaçou esse recorte.

Projeto abrange atos desde 2019

Apresentado pela oposição, o texto mais amplo pretende anistiar investigados, processados ou condenados desde 14 de março de 2019. A proposta engloba manifestações de rua, acampamentos em frente a quartéis, publicações digitais, danos ao patrimônio público, organização criminosa e até inelegibilidades definidas pela Justiça Eleitoral. A aprovação arquivaria inquéritos, anularia multas e restituiria direitos políticos.

Enquanto o Supremo Tribunal Federal reforça o entendimento de que não há espaço para indulgência em crimes que atentam contra as instituições, o Congresso tenta equilibrar pressões políticas e o clima de cautela imposto pelo julgamento em curso.

Para acompanhar mais desdobramentos da crise institucional, visite a editoria de Política e continue informado sobre os principais temas que movimentam Brasília.

Crédito da imagem: Agência Brasil

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Share post:

Popular

Mais Notícias Como Esta
Related

Fux defende absorção de dano qualificado por crimes graves

Fux defende absorção de dano qualificado ao julgar a...

Fux absolve Bolsonaro de crime de organização criminosa

Fux absolve Bolsonaro de crime de organização criminosa é...

UEFI: firmware que substitui a BIOS e acelera o PC

UEFI: firmware que substitui a BIOS e acelera o...

Fux declara nulidade e desafia STF na ação contra Bolsonaro

Fux declara nulidade no julgamento que apura a suposta...