Bolsonaro prisão domiciliar é a estratégia definida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o caso de uma condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo suposto envolvimento em uma trama golpista, cujo julgamento deve ser concluído nesta sexta-feira (12).
Pessoas próximas afirmam que a defesa pretende esgotar recursos e, não havendo reversão, solicitará ao STF que transforme eventual pena – que pode superar 40 anos – em regime domiciliar, alegando fragilidade clínica.
Bolsonaro pede prisão domiciliar após possível condenação
O ex-mandatário já cumpre prisão domiciliar desde 1º de agosto, por descumprimento de medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. Aliados dizem temer que o tribunal determine transferência para a carceragem da Polícia Federal ou para o Complexo da Papuda, em Brasília, mas avaliam que, por questões de segurança, a Corte optará pela permanência em casa.
A preparação do pedido ganhou força depois que Bolsonaro decidiu não acompanhar presencialmente o julgamento. Seus advogados justificaram a ausência mencionando crises de soluço, vômitos e risco de complicações em sessões prolongadas. A defesa também solicitou ao STF autorização para um procedimento cirúrgico na pele no domingo (14), destinado a investigar possíveis lesões cancerígenas.
Relatos de familiares, como o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), apontam perda de peso e dificuldade para se alimentar. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) declarou recentemente que uma prisão em estabelecimento comum “seria uma sentença de morte”.
A maior dúvida entre aliados recai sobre a dosimetria da pena e o local de cumprimento. Um interlocutor avalia que mandar o ex-presidente para um presídio criaria desgaste político, além de agravar seu estado psicológico, considerado abalado desde a derrota eleitoral de 2022.

De acordo com levantamento da Folha de S.Paulo, Bolsonaro já passou por procedimento semelhante em 2019, quando exames afastaram diagnóstico de câncer de pele.
O próprio ex-presidente, em entrevista de março, admitiu ver a condenação como “o fim da vida”. A expectativa no entorno é de que, se o STF confirmar a pena, o pedido de prisão domiciliar seja entregue ainda em novembro, acompanhado de novos laudos médicos.
Para acompanhar os próximos passos do caso Bolsonaro e outras atualizações políticas, visite nossa editoria em Política e fique informado.
Crédito da imagem: Pedro Ladeira/Folhapress