Belo Horizonte – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega a Belo Horizonte nesta quinta-feira (4) para a sétima visita a Minas Gerais em 2025, superando o número de viagens aos mineiros realizadas nos dois primeiros anos de mandato. O objetivo é consolidar um palanque competitivo no segundo maior colégio eleitoral do país para a campanha de reeleição em 2026.
O plano do PT gira em torno do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD), incentivado por Lula a disputar o governo estadual. Em entrevistas recentes, o chefe do Executivo classificou Pacheco como a “principal personalidade política” de Minas e afirmou acreditar na vitória do aliado caso ele confirme a candidatura.
Reticências e movimentos internos
A indefinição de Pacheco em oficializar a disputa impede avanços na formação de uma chapa que reúna partidos de esquerda e parte do centro mineiro. Nos últimos dias, porém, aliados relatam que a resistência do senador tem diminuído. Discursos dele ao lado de Lula, com críticas ao governador Romeu Zema (Novo) e à atuação de políticos nas redes sociais, são vistos como sinal de disposição para a corrida ao Palácio Tiradentes.
Potenciais adversários de Pacheco incluem o vice-governador Mateus Simões (Novo), indicado por Zema para a sucessão, e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), conhecido pelo forte engajamento online. Uma possível filiação de Simões ao PSD, admitida publicamente por Zema, cria tensões internas: a bancada estadual do partido apoia a ideia, mas deputados federais mineiros resistem. Em nota, Pacheco reforçou que não pretende mudar de sigla e criticou a “antecipação do calendário eleitoral”.
Papel de ministros e prefeitos
Responsável pela agenda presidencial em Belo Horizonte, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), também se opõe à aproximação entre seu partido e Simões. Silveira lançará na capital mineira o programa Gás do Povo, que promete gratuidade do botijão de gás para 15,5 milhões de famílias – cerca de 50 milhões de beneficiados, segundo o governo. O ministro é pressionado a disputar uma das duas vagas ao Senado em 2026 e se colocou à disposição para coordenar a campanha de Lula no estado.
Outro foco do PT é o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), que assumiu o cargo em março após a morte de Fuad Noman. Embora o União Brasil tenha deixado a base do governo federal, petistas esperam reproduzir o apoio recebido de Fuad em 2022. Na semana passada, durante evento em Contagem, Silveira disse acreditar que Damião honrará o “compromisso” do antecessor e apoiará Lula em 2026.
Visitas e calendário
A passagem desta quinta-feira integra uma sequência de viagens do presidente a Minas em 2025: Campo do Meio (março), Betim e Ouro Branco (março), Montes Claros (abril), Mariana e Contagem (junho), Minas Novas (julho), Contagem e Montes Claros (agosto) e, agora, a capital em setembro. Dirigentes petistas avaliam que o roteiro reforça a presença do governo federal no estado e amplia a visibilidade dos aliados locais.
Com a movimentação, Lula tenta equilibrar alianças, conter ofensivas de adversários e viabilizar um palanque que possa repetir, em 2026, a vantagem obtida em Minas na eleição de 2022.
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Com informações de Folha de S.Paulo
