Defesa de Bolsonaro nega provas de envolvimento em 8 de Janeiro e em plano de assassinato

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Brasília – A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (2) ao Supremo Tribunal Federal que não há qualquer evidência que vincule o ex-mandatário ao suposto plano de assassinato de autoridades, tampouco aos ataques de 8 de Janeiro de 2023.

Diante da Primeira Turma da Corte, o advogado Celso Vilardi sustentou que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República se baseia em “uma sucessão inacreditável de fatos” sem ligação comprovada com Bolsonaro. “O presidente não atentou contra o Estado Democrático de Direito. Não há uma única prova que o relacione ao Punhal Verde e Amarelo, à Operação Luneta ou ao 8 de Janeiro”, declarou.

Vilardi destacou que a investigação da Polícia Federal teve início com a apreensão do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, onde foi encontrada uma minuta com teor golpista. Segundo o defensor, esse documento e a colaboração premiada de Cid formam o “epicentro” do processo, mas não indicam participação do ex-presidente.

Na avaliação da defesa, a PF identificou, ao longo das apurações, outros textos considerados antidemocráticos—como o “Punhal Verde e Amarelo”, que trataria de execuções de autoridades, e o “Desenho Operacional Luneta”, descrito como roteiro de golpe—e, sem provas, associou Bolsonaro aos materiais e ao “trágico episódio” de 8 de Janeiro. “O presidente foi tragado para esses fatos”, afirmou Vilardi.

Críticas à delação de Mauro Cid

O advogado questionou a validade do acordo de colaboração firmado por Cid, classificando-o como “algo que não existe em nenhum lugar do mundo”. Para Vilardi, omissões e contradições do militar deveriam anular o benefício, pois ele “mentiu enésimas vezes” e “não é confiável”. A sustentação da defesa apontou que parte da acusação da PGR se baseia exclusivamente no depoimento do ex-ajudante, inclusive a alegação de que Bolsonaro teria alterado minutas golpistas.

Acusações e julgamento

Bolsonaro foi denunciado por cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de bem tombado. A PGR sustenta que o ex-presidente liderou organização que buscou reverter o resultado eleitoral de 2022, iniciando o plano em julho de 2021, quando promoveu live atacando urnas eletrônicas.

Após a derrota nas urnas, diz a denúncia, ele teria incentivado a desobediência a decisões judiciais, disseminado informações falsas, atacado ministros do STF e do TSE e estimulado as Forças Armadas contra adversários. Sem êxito na Justiça Eleitoral, Bolsonaro teria passado a dialogar com comandantes militares sobre alternativas para contestar o pleito.

Defesa de Bolsonaro nega provas de envolvimento em 8 de Janeiro e em plano de assassinato - Imagem do artigo original

O ex-presidente não compareceu ao Supremo e acompanha o julgamento de sua residência em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto. A defesa apresentou seus argumentos em duas etapas: Vilardi tratou de supostas inconsistências da denúncia; na sequência, o advogado Paulo Cunha Bueno abordará questões penais que, segundo ele, deveriam levar à absolvição.

Com o processo em curso, a Primeira Turma avalia se aceita a denúncia da PGR. Caso a Corte receba integralmente as acusações, Bolsonaro corre risco de ser condenado a pena em regime fechado.

Para acompanhar outros desdobramentos sobre o julgamento do ex-presidente, acesse a seção de política do nosso portal.

Este conteúdo resumiu as principais declarações da defesa de Jair Bolsonaro no STF. Continue acompanhando nossas atualizações para saber os próximos passos do julgamento.

Com informações de Folha de S.Paulo

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