Gonet enfrenta julgamento de Bolsonaro com endosso de Lula e sintonia com Moraes

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Brasília — O procurador-geral da República, Paulo Gonet, participa nesta terça-feira (2) do julgamento da suposta trama golpista atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), considerado o processo de maior repercussão desde que assumiu o comando da PGR em dezembro de 2023.

Gonet chega à sessão respaldado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o reconduziu antecipadamente ao cargo para um novo mandato de dois anos. A indicação foi enviada ao Senado na semana passada e ainda precisa passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça e obter ao menos 41 votos no plenário.

Relação com Moraes

O relator do caso no Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes, é um dos principais fiadores da escolha de Gonet para a chefia do Ministério Público Federal. Desde 2023, o procurador-geral e o magistrado atuam de forma alinhada em processos que envolvem Bolsonaro.

Em junho daquele ano, quando ainda era vice-procurador-geral eleitoral, Gonet defendeu no Tribunal Superior Eleitoral a inelegibilidade do ex-presidente após a reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, realizada em julho de 2022. O TSE confirmou a punição por 5 votos a 2.

Meses depois, em outubro, o hoje PGR voltou a pedir a inelegibilidade de Bolsonaro por entender que o então chefe do Executivo utilizou as comemorações do bicentenário da Independência para fazer campanha com recursos públicos. A corte eleitoral novamente acolheu o pedido.

Denúncia por tentativa de golpe

Em fevereiro deste ano, já à frente da PGR, Gonet apresentou a denúncia que permitiu a abertura do julgamento iniciado hoje. O documento aponta Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que teria planejado abolir de forma violenta o Estado Democrático de Direito. As imputações incluem tentativa de golpe de Estado, dano qualificado contra patrimônio da União, deterioração de bem tombado e participação em organização criminosa, com penas que podem somar até 43 anos de prisão.

O procurador-geral terá duas horas para sustentar oralmente a acusação antes de as defesas se manifestarem. Além de Bolsonaro, o general Braga Netto, candidato a vice na chapa de 2022, é apontado como co-líder do suposto grupo.

Gonet enfrenta julgamento de Bolsonaro com endosso de Lula e sintonia com Moraes - Imagem do artigo original

Perfil discreto e apoio interno

Desde a posse, Gonet adota postura discreta e evita confrontos públicos. Em seu discurso de investidura, declarou que não buscava “palcos nem holofotes”, diferenciando-se dos perfis mais midiáticos que marcaram a Operação Lava Jato. Ao mesmo tempo, afirmou que o Ministério Público “deve cobrar responsabilidades por atos praticados ou omitidos”.

A recondução teve pouca resistência interna. A Associação Nacional dos Procuradores da República desistiu de elaborar a tradicional lista tríplice, alegando que a escolha presidencial já estava formalizada.

Se aprovado pelo Senado, Gonet permanecerá na PGR até 2027, período que incluirá fases decisivas dos processos ligados aos atos de 8 de janeiro de 2023 e à chamada trama golpista.

Para acompanhar a cobertura completa sobre o cenário político, acesse a seção de notícias do nosso site.

Com informações de Folha de S.Paulo

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