Mafia: The Old Country falha em recursos de acessibilidade, aponta análise

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30/08/2025 – Sicília virtual, início do século XX. O recém-lançado Mafia: The Old Country, novo capítulo da série publicada pela 2K, recria a origem do crime organizado sob a ótica do protagonista Enzo Favara, mas tropeça em um ponto decisivo para parte do público: a acessibilidade.

Interface personalizável, porém limitada

O jogo traz ajustes básicos na HUD, como reposicionamento de elementos, ativação de interface contextual para pessoas com déficit de atenção ou dislexia e filtros para diferentes tipos de daltonismo. Mesmo assim, o tamanho máximo da interface continua pequeno, e ícones de objetivo podem se confundir com áreas amareladas do mapa. Retículos de mira não permitem troca de cor e não há legendas ocultas com descrição de sons, recurso essencial para jogadores surdos.

Legendas com opções simples

As legendas permitem alteração de tamanho, cor e fundo, mas carecem de recursos avançados. Falta, por exemplo, a descrição de efeitos sonoros ou indicação de direção dos diálogos, limitações que reduzem a compreensão de quem depende exclusivamente de texto na tela.

Dificuldade ajustável, mas barreiras persistem

Três níveis de dificuldade (fácil, médio e difícil) estão disponíveis, além da possibilidade de pular trechos de locomoção a cavalo — mudança bem-vinda para usuários com baixa visão. O Modo Instinto, que destaca inimigos através de obstáculos, ajuda durante tiroteios a pé, mas não funciona em veículos, exatamente onde perseguições se tornam mais intensas.

Trechos furtivos são obrigatórios e não oferecem alternativas visuais ou sonoras de apoio. Puzzles como abrir cofres exigem leitura de códigos em documentos não compatíveis com leitores de tela, criando um bloqueio para quem depende desse tipo de ferramenta.

Controles sem ajustes de zona morta

No controle, o jogo aceita remapeamento de botões, alternância entre pressionar ou segurar para correr, sensibilidade de câmera e inversão dos eixos XY. Entretanto, faltam configurações de zona morta para alavancas analógicas e predefinições específicas para jogadores canhotos ou destros, funcionalidades vistas como padrão em títulos atuais.

Gameplay oferece poucos facilitadores

Os únicos auxílios ativos no gameplay são a mira automática — com eficácia limitada — e a opção de desligar quick time events. Sem alto contraste, alertas sonoros consistentes ou assistentes de navegação, jogadores com deficiência visual, auditiva ou motora encontram obstáculos frequentes durante a campanha.

Experiência narrativa continua atraente

Apesar dos problemas de acessibilidade, Mafia: The Old Country entrega ambientação cinematográfica com uso de áudio 3D, carregamento rápido, resposta tátil e gatilhos adaptáveis do DualSense. A história curta, comparada a uma maratona de série, mantém ritmo envolvente e destaca a ascensão de Favara na família Torrisi em plena Sicília do início do século passado.

Com recursos básicos implementados, mas ausência de soluções avançadas, o título pode ser concluído no modo fácil, porém requer empenho extra de jogadores com deficiência. A expectativa é que atualizações futuras ampliem o leque de opções inclusivas, algo ainda indispensável para tornar a máfia de Enzo Favara verdadeiramente aberta a todos os públicos.

Para quem deseja acompanhar novidades sobre inclusão nos games, vale conferir outras reportagens em nosso site.

Com informações de TecMundo

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