noticias

Tarcísio apoia Bolsonaro e anistia em jantar político na véspera de indiciamento do ex-presidente

São Paulo e Brasília – Na noite de terça-feira (19), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu publicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a aprovação do projeto que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. A manifestação ocorreu durante um jantar que marcou a formalização da federação entre União Brasil e PP, siglas que, juntas, buscam liderar um bloco de oposição ao governo Lula (PT).

O encontro antecedeu em 24 horas o indiciamento de Bolsonaro pela Polícia Federal sob suspeita de obstrução no processo que apura uma suposta trama golpista. Apesar da repercussão, Tarcísio não se pronunciou sobre o avanço das investigações até a publicação desta reportagem.

Aliança de oposição

Realizado em Brasília, o jantar reuniu governadores alinhados à direita, parlamentares e presidentes de partidos — inclusive de legendas que ocupam quatro ministérios, a Caixa Econômica Federal e outras estatais no atual governo, como PP e União Brasil. Todos fizeram breves discursos defendendo a união do campo conservador e criticando o Planalto.

Segundo participantes, Tarcísio afirmou que a direita precisa “estar unida” e classificou como “injustiça” as investigações contra Bolsonaro. Ele também pregou a necessidade de votar o projeto de anistia, que hoje incluiria o ex-presidente.

A fala ocorre num momento em que o governador era cobrado por alas mais radicais do bolsonarismo para demonstrar fidelidade ao padrinho político. No fim de semana anterior, os filhos de Bolsonaro, Carlos e Eduardo, chamaram governadores de direita de “ratos” e “oportunistas” em redes sociais.

Blindagem parlamentar e CPMI do INSS

Outro tema destacado no jantar foi a chamada PEC da blindagem, que impede a abertura de investigações contra deputados e senadores sem autorização prévia do Congresso e transfere processos contra parlamentares para instâncias inferiores, afastando o STF. A proposta também delimita hipóteses de prisão em flagrante a crimes inafiançáveis.

Parlamentares presentes demonstraram confiança de que a matéria avançará nas próximas semanas. No entanto, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que permaneceu cerca de 20 minutos no evento, avaliou não haver clima para uma anistia “ampla e irrestrita”.

A articulação iniciada no jantar resultou, já na quarta-feira (20), na primeira derrota do governo no Congresso: a eleição de oposicionistas para a presidência e a relatoria da CPMI que investigará irregularidades no INSS. Inicialmente, o senador Omar Aziz (PSD-AM) e o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) eram cotados para comandar a comissão, mas foram substituídos após pressão de PP e União Brasil.

Tarcísio apoia Bolsonaro e anistia em jantar político na véspera de indiciamento do ex-presidente - Imagem do artigo original

Movimentações pós-jantar

As negociações continuaram na manhã de quarta-feira, em um café com Tarcísio, o líder do PL no Senado, Rogério Marinho (RN), e dirigentes partidários. O objetivo foi consolidar a estratégia legislativa conjunta.

Entre os presentes na noite de terça-feira estavam ainda o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, que declarou que “qualquer um com apoio de Bolsonaro se elege em 2026”, e o ex-candidato à Presidência Ciro Gomes, hoje cotado para filiar-se ao União Brasil, que defendeu o “pragmatismo” da nova aliança.

O jantar, portanto, selou uma frente de direita que pretende disputar espaço nas eleições municipais de 2026 e impor obstáculos ao Palácio do Planalto em votações consideradas estratégicas.

Para acompanhar outras movimentações dos bastidores de Brasília, visite nossa seção de política e fique por dentro das atualizações em tempo real.

Com informações de Folha de S.Paulo

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo