Série da Netflix mostra como Jerry Jones transformou os Cowboys em império financeiro

“America’s Team: The Gambler and His Cowboys”, produção de oito episódios lançada pela Netflix, escancara o principal motor das decisões de Jerry Jones à frente do Dallas Cowboys: o dinheiro. O proprietário e gerente geral, que comprou a franquia em 1989 por US$ 140 milhões, deixa claro desde o primeiro capítulo que a busca por “sucesso” está ligada à valorização do clube muito mais do que a novos títulos do Super Bowl.
Em entrevista resgatada de 1993, quando a equipe vivia uma dinastia em campo, Jones admitia: “Experimentamos o sucesso, ele é bom e queremos mais. Se chamarem isso de ganância, tudo bem”. Trinta anos depois, o documentário mostra que a meta financeira foi atingida: mesmo sem voltar ao Super Bowl desde a temporada de 1995, os Cowboys permanecem no topo da lista da Forbes como a franquia esportiva mais valiosa do mundo, avaliada em cerca de US$ 10 bilhões.
Negócios acima de tudo
A série revela como Jones transforma todos os assuntos do clube — inclusive negociações contratuais — em espetáculo midiático. O próprio dono afirma que poderia criar “uma novela 365 dias por ano” para garantir atenção permanente ao time. Exemplos históricos e recentes ilustram a estratégia: o holdout de Emmitt Smith em 1993; e as disputas salariais atuais com Micah Parsons, CeeDee Lamb e Dak Prescott, todas capazes de redefinir mercados em suas posições.
Para o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush, entrevistado na produção, Jones “está no negócio do futebol, mas também no entretenimento”. O recado ecoa nos bastidores: controvérsias mantêm o escudo dos Cowboys em evidência, independentemente do desempenho em campo.
Parceria rompida com Jimmy Johnson
O período áureo sob o comando do técnico Jimmy Johnson encerrou-se em 1994, após desentendimentos entre o treinador — focado exclusivamente em vencer — e o proprietário, que buscava maior controle. Desde então, Dallas não conseguiu repetir a mesma consistência competitiva, mas seguiu relevante comercialmente.
Família no comando e futuro indefinido
Os três filhos de Jones — Stephen, Charlotte e Jerry Jr. — são coproprietários e ocupam posições executivas. Apesar de críticas à acumulação de funções, o patriarca descarta contratar um gerente geral independente: “Gosto da dor”, admite no documentário, sinalizando que só deixará o posto quando transferir o bastão para Stephen Jones.

A produção também retrata momentos de bastidor, como o abraço de Jones em Micah Parsons após a eliminação nos playoffs de 2023 para o Green Bay Packers. O defensor afirmou “só querer vencer”, e ouviu do dono: “Eu amo você”. A cena resume o dilema que percorre a série: para Jones, qual é o verdadeiro significado de vitória?
Com depoimentos de figuras centrais, entre elas o comissário Roger Goodell — que credita a Jones a chamada “disrupção” no modelo de negócios da NFL —, o documentário oferece um olhar inédito sobre uma gestão que transformou um time de futebol americano em colosso empresarial.
Para acompanhar outras coberturas sobre o mundo do esporte, visite a seção de esportes do nosso site. Continue navegando e fique por dentro das principais notícias.
Com informações de Fox Sports