Jen Pawol estreou-se neste sábado como a primeira mulher a atuar numa partida de temporada regular da Major League Baseball (MLB), abrindo caminho para maior representatividade nos bastidores do beisebol profissional norte-americano.
Estreia em Atlanta
A estreia ocorreu no primeiro jogo do doubleheader entre Atlanta Braves e Miami Marlins, no Truist Park, em Atlanta. Aos 48 anos, Pawol assumiu a função de árbitra de primeira base. O primeiro turno decorreu sem lances polêmicos, mas o momento de maior atenção veio na terceira entrada, quando ela assinalou o catcher Sean Murphy, dos Braves, como salvo numa jogada apertada. Apesar das imagens sugerirem possibilidade de eliminação, o técnico dos Marlins, Clayton McCullough, decidiu não contestar.
Pawol também ficou responsável pela vistoria das mãos do arremessador Hurston Waldrep em busca de substâncias ilegais, procedimento padrão após cada entrada. Em outro lance, celebrou com sinal decisivo a eliminação de Xavier Edwards, dos Marlins, numa dupla eliminação, gesto que arrancou aplausos do público. Entre entradas, a árbitra foi ovacionada quando apareceu no telão do estádio.
Carreira e próximos passos
Nascida em Nova Jérsia, Jen Pawol integra o quadro de árbitros das ligas menores desde 2016. Em 2023 apitou a final da Triple-A e, nos últimos dois anos, trabalhou em jogos de pré-temporada da MLB. A promoção foi comunicada na quarta-feira anterior, durante conferência com diretores da liga, momento que ela descreveu como “profundamente emocionante”.
A profissional possui formação em educação física e atuou como árbitra de softball universitário entre 2010 e 2016, após ter sido atleta três vezes eleita para a seleção de conferência em Hofstra. Pawol deve ocupar a terceira base no segundo jogo do dia e, no domingo, comandará a partida atrás do home plate, ponto alto da série entre Braves e Marlins.
Marco no desporto norte-americano
A presença de Pawol na MLB ocorre 28 anos depois de a NBA nomear a primeira árbitra e uma década após a NFL contratar sua primeira oficial em tempo integral. A Copa do Mundo masculina de futebol contou com árbitras apenas três anos atrás, enquanto a NHL ainda não possui mulheres como juízas de gelo. A estreia deste fim de semana representa novo passo rumo à igualdade de género entre oficiais das principais ligas dos Estados Unidos.
