Alcolumbre encerra motim e barra pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes

Presidente do Senado retoma controle do plenário
Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) voltou à mesa diretora do Senado na manhã desta quinta-feira (7) após dois dias de ocupação do plenário por parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O grupo protestava contra a prisão domiciliar de Bolsonaro e exigia que o Senado desse andamento a um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Impeachment rejeitado apesar de 41 assinaturas
Os senadores oposicionistas entregaram 41 assinaturas em favor do processo contra Moraes, número superior à maioria absoluta da Casa. Alcolumbre, porém, afirmou que a iniciativa de abrir ou não um processo de impedimento cabe exclusivamente ao presidente do Senado, prerrogativa confirmada pelo Regimento Interno. Segundo o líder do PSB, Cid Gomes (CE), Alcolumbre declarou em reunião na noite de quarta-feira que “não há hipótese” de pautar o assunto.
Negociações e fim da obstrução
Reunido com líderes partidários em sua residência oficial, Alcolumbre recebeu apoio para encerrar a obstrução sem discutir projetos da oposição enquanto o plenário estivesse bloqueado. Após a conversa, parlamentares bolsonaristas deixaram o local, permitindo a retomada das votações.

Reação da oposição
O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), classificou as 41 assinaturas como vitória política e pediu que Alcolumbre reconsidere a abertura do processo. Já o senador Laércio Oliveira (PP-SE) tornou-se a 41ª assinatura na manhã desta quinta-feira, após resistir ao movimento.
Próximos passos
Uma reunião entre Alcolumbre e líderes partidários chegou a ser agendada para esta tarde, mas foi transferida para a próxima semana. O “pacote da paz” defendido por aliados de Bolsonaro — que inclui, além do impeachment de Moraes, propostas de anistia a investigados pelos atos de 8 de janeiro e o fim do foro especial — deverá ser debatido somente após a normalização das atividades legislativas.