O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participa nesta quinta-feira (7) da cerimônia de entrega de espadas a oficiais recém-promovidos do Exército em Brasília. O evento marca a chegada de seus colegas de turma da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) ao posto de general-de-brigada.
Promoção de colegas da Aman
O atual ciclo de promoções elevou 16 coronéis ao primeiro escalão do generalato, etapa considerada o principal funil da carreira militar. A solenidade, de tradição centenária e normalmente restrita a familiares e integrantes da Força, contará com a presença de comandantes das três Armas e do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. A participação de Tarcísio, civil desde 2008, é vista como incomum em razão do caráter interno do ato.
Tarcísio ingressou na Escola Preparatória de Cadetes em 1992, formou-se na Aman em 1996 e concluiu o curso de engenharia no Instituto Militar de Engenharia em 2002. Durante 12 anos de serviço, chefiou a Seção Técnica de Engenharia e integrou a missão da ONU no Haiti entre 2005 e 2006. Abandonou a farda como capitão para assumir carreiras civis na gestão pública, mas manteve laços com colegas de quartel.
Agenda política em Brasília
A presença do governador ocorre num momento em que seu nome ganha espaço em discussões sobre a sucessão presidencial de 2026. Publicamente, Tarcísio nega pretensões, porém setores da direita o apontam como possível candidato após Jair Bolsonaro (PL).
Além da cerimônia militar, o governador planeja reuniões com outros chefes de Executivo estaduais alinhados à oposição. Ele também solicitou autorização ao Supremo Tribunal Federal para visitar Bolsonaro, em prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Até a noite de quarta-feira (6), o pedido seguia sem resposta.
No último domingo (3), Tarcísio foi alvo de críticas de apoiadores do ex-presidente por não comparecer a ato na Avenida Paulista. O pastor Silas Malafaia e os deputados Eduardo e Flávio Bolsonaro classificaram a ausência de governadores de direita como “erro estratégico”.
No Exército, colegas do governador ainda terão três janelas de ascensão até alcançar a quarta estrela, topo da carreira. A expectativa interna, porém, é de que a relação de proximidade entre Tarcísio e a futura cúpula militar não exerça influência decisiva em eventual disputa ao Planalto, diferentemente do apoio recebido por Bolsonaro entre 2014 e 2018.
