São Paulo, 06 de agosto de 2025 — A IBM apresentou o projeto Quantum Starling, apontado como o primeiro computador quântico de larga escala tolerante a falhas. A companhia planeia colocar o sistema em operação até 2029, num novo data center em Poughkeepsie, estado de Nova Iorque.
Capacidade e arquitetura
O Starling será capaz de executar 100 milhões de operações quânticas com 200 qubits lógicos, volume que, segundo a IBM, representa 20 mil vezes a capacidade dos computadores quânticos disponíveis hoje. A arquitetura foi concebida para reduzir erros de cálculo e permitir a expansão modular do sistema.
Para atingir a meta, a empresa desenvolve três componentes essenciais:
- Quantum Loon — ambiente de testes de qubits;
- Quantum Kookaburra — processador modular dedicado ao armazenamento e processamento de informações quânticas;
- Quantum Cockatoo — infraestrutura de interligação de módulos que permitirá formar sistemas maiores a partir de unidades menores.
Aplicações previstas
A IBM destaca potencial de uso do Starling em descoberta de medicamentos, química avançada, desenvolvimento de materiais e otimização de processos industriais, graças à capacidade de manipular circuitos quânticos complexos com menor taxa de erro.

Cenário da computação quântica
Embora diversas empresas invistam em tecnologia quântica, os equipamentos disponíveis ainda executam tarefas limitadas e servem principalmente para pesquisas internas. O projeto da IBM soma-se a iniciativas recentes de Microsoft (chip Majorana 1), Amazon (processador Ocelot) e Google, que também buscam reduzir falhas e ampliar o número de qubits lógicos úteis.
A companhia reconhece que ainda não existe um método viável para construir um sistema quântico totalmente tolerante a falhas sem desafios de engenharia significativos. Mesmo assim, projeta que a abordagem modular do Starling ofereça um caminho para superar as barreiras atuais e alcançar aplicações práticas em escala industrial antes do fim da década.