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BP revê portfólio, corta custos e projeta venda de US$ 20 bilhões até 2027

BP anunciou uma nova rodada de revisões em custos e ativos após divulgar resultados trimestrais acima do esperado, reforçando a meta de gerar valor para os acionistas.

Revisão ampla de negócios e metas financeiras

O presidente-executivo Murray Auchincloss confirmou que a petrolífera britânica vai reavaliar todo o portfólio e intensificar cortes de despesas. O movimento ocorre sob pressão do investidor ativista Elliott Investment Management, que exige um plano de recuperação mais agressivo após anos de desempenho inferior.

Entre os objetivos atualizados estão a alienação de até US$ 20 bilhões em ativos até o fim de 2027 e a continuação do programa de eficiência, que já reduziu custos estruturais em US$ 1,7 bilhão desde 2023 – US$ 900 milhões somente no primeiro semestre deste ano.

Números do segundo trimestre impulsionam estratégia

A BP reportou lucro líquido ajustado de US$ 2,35 bilhões entre abril e junho, superando a estimativa média de analistas, de US$ 1,76 bilhão. O fluxo de caixa robusto permitiu reduzir a dívida líquida em cerca de US$ 1 bilhão, para US$ 26 bilhões, e sustentar recompras de ações de US$ 750 milhões no trimestre. O dividendo foi elevado em 4%.

As ações subiram 3,1% às 15h (Londres) após a divulgação dos resultados, apesar da queda recente nos preços do Brent, que encerrou o trimestre em torno de US$ 70 por barril.

Novo presidente e possíveis desinvestimentos

Albert Manifold, que assume a presidência da BP em 1.º de setembro, deve conduzir a revisão estratégica anunciada em conjunto com Auchincloss. O executivo ganhou reputação ao reestruturar a CRH, onde multiplicou o valor das ações por mais de quatro vezes em 11 anos.

Os desinvestimentos incluem a venda de participações menores já concluídas ou anunciadas, totalizando ao menos US$ 3 bilhões em 2024. A BP ainda avalia a alienação da unidade de lubrificantes Castrol, considerada crucial para atingir a meta anual de até US$ 4 bilhões em vendas de ativos.

Foco renovado em petróleo e gás

Depois de uma tentativa considerada tímida de migrar para energias renováveis, a companhia volta a priorizar projetos de petróleo e gás. No trimestre, houve aumento na produção de líquidos nos Estados Unidos e início de operações de expansão no Golfo do México. Mesmo assim, a BP prevê volume levemente menor no terceiro trimestre e produção anual inferior à de 2024, mantendo investimentos em combustíveis fósseis na casa de US$ 10 bilhões por ano até 2027.

Com a revisão em andamento e nova liderança no conselho, a BP tenta reconquistar confiança de investidores e reduzir a diferença de valorização em relação a concorrentes globais.

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