O custo médio de uma violação de dados no Brasil chegou a R$ 7,19 milhões em 2025, de acordo com o relatório Cost of a Data Breach, elaborado pelo Ponemon Institute em parceria com a IBM. O valor representa alta de 6,5 % em relação ao ano anterior, quando o prejuízo médio ficou em R$ 6,75 milhões.
Phishing domina os vetores de ataque
Entre março de 2024 e fevereiro de 2025, o estudo examinou mais de 600 casos globalmente, incluindo amostras brasileiras. No país, o phishing foi identificado como o principal ponto de entrada, responsável por 18 % dos incidentes e um gasto médio de R$ 7,18 milhões por ocorrência. Comprometimentos na cadeia de suprimentos (15 %) e exploração de vulnerabilidades (13 %) aparecem em seguida, com custos ainda mais altos.
Inteligência artificial diminui perdas, mas ainda é pouco adotada
Empresas que utilizam IA e automação de forma ampla registraram média de R$ 6,48 milhões por violação — montante inferior ao de organizações com uso limitado (R$ 6,76 milhões) e significativamente menor que o de entidades sem IA (R$ 8,78 milhões). Apesar do benefício, apenas 29 % das companhias brasileiras afirmaram ter recursos de governança de IA.
A ausência de controles específicos amplia riscos: o uso não autorizado de sistemas de IA, chamado shadow AI, elevou os custos em cerca de R$ 591 mil por incidente. Além disso, 87 % das empresas não mantêm políticas de governança, e 61 % deixam de aplicar controles de acesso sobre essas ferramentas.
Setores mais impactados e investimentos estagnados
A saúde lidera o ranking de prejuízos, com média de R$ 11,43 milhões por violação, seguida por finanças (R$ 8,92 milhões) e serviços (R$ 8,51 milhões). O relatório também aponta que estruturas de segurança complexas e mal planejadas acrescentam R$ 725 mil aos danos.
Mesmo diante do cenário, menos da metade das empresas afetadas pretende aumentar o orçamento de segurança em 2025, percentual inferior aos 63 % que indicaram a mesma intenção no ano anterior.
