Lucro da Intel voltou ao azul no terceiro trimestre de 2025, atingindo US$ 4,1 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões) e revertendo o prejuízo de US$ 17 bilhões registrado há um ano.
O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (24) e veio acompanhado de uma expansão de 3 % na receita, que passou de US$ 13,3 bilhões para US$ 13,7 bilhões. A melhora animou o mercado: as ações da fabricante de semicondutores avançaram quase 8 % nas negociações pós-expediente.
Lucro da Intel supera US$ 4 bi e reverte prejuízo anual
De acordo com o diretor financeiro David Zinsner, este é o quarto trimestre consecutivo de evolução operacional. “A demanda atual supera a oferta, tendência que deve persistir até 2026”, afirmou o executivo.
Investimentos externos impulsionam recuperação
O salto de desempenho não ocorreu isoladamente. Em agosto, a japonesa Softbank adquiriu US$ 2 bilhões em ações ordinárias da Intel, reforçando o caixa da companhia. Além disso, a administração Trump destinou US$ 8,9 bilhões para ampliar a capacidade produtiva de tecnologia nos Estados Unidos, somando-se aos R$ 10 bilhões recebidos durante o governo Biden em iniciativas anteriores.
Especialistas apontam que esse aporte de capital foi determinante para sustentar o cronograma de novos produtos, como os chips Panther Lake, previstos para chegar entre o fim de 2025 e o início de 2026 com litografia 18A. A parceria anunciada em setembro com a Nvidia para desenvolver soluções de inteligência artificial também integra a estratégia de retomar competitividade frente à AMD e à própria Nvidia, que conquistaram espaço nos últimos anos.
Segundo análise da agência Reuters, a virada de jogo reforça a percepção de que o mercado de semicondutores pode ter superado seu pior momento de ciclo, embora o cenário global ainda exija cautela.
Perspectivas para 2026
Com caixa reforçado e pipeline de produtos definido, o CEO Lip Bu-Tan projeta manter o ritmo de recuperação. A empresa aposta na arquitetura system-on-a-chip (SoC) integrada a “chiplets” da linha RTX para atender computadores domésticos, enquanto expande a produção de soluções para data centers e IA.
No curto prazo, analistas acompanharão de perto a capacidade da Intel em converter encomendas em receita, sobretudo diante da pressão competitiva e dos avanços de processos de manufatura dos rivais.
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Imagem: Intel